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Hackers fazem doações com dinheiro roubado

Um grupo de hackers, intitulado Darkside, conhecido por extorquir milhões de dólares de empresas, resolveu destinar parte do dinheiro roubado para instituições de caridade. Segundo publicação deles na dark web, o intuito é "tornar o mundo um lugar melhor".

"Achamos que é justo que parte do dinheiro que as empresas pagaram vá para a caridade. Por pior que você ache que nosso trabalho é, temos o prazer de saber que ajudamos a mudar a vida de alguém. Hoje enviamos as primeiras doações", afirmou o grupo em um post publicado dia 13 de outubro.

Na publicação, os hackers divulgaram recibos de US$ 10 mil (R$ 56 mil) em doações de Bitcoin para duas instituições de caridade, a The Water Project e Children International, a última afirmou que não ficará com o dinheiro.

De acordo com o grupo, eles atacam grandes empresas com um hack chamado ransomware, que faz com que os sistemas de TI das organizações fiquem "reféns" até que o resgate seja pago.

Além da postagem da doação, os hackers postaram os recibos dos impostos que receberam pela Bitcoin que enviaram para as instituições.

Hackers - Reprodução/BBC News Brasil

"Robin Hood"

Para o analista de ameaças da empresa de segurança cibernética Emsisoft, Brett Callow, o grupo quer ser conhecido como famoso personagem Robin Hood, ao invés de vigaristas “sem consciência". "O que os criminosos esperam alcançar fazendo essas doações não está nada claro. Talvez ajude a amenizar a culpa deles?”, disse.

De acordo com publicação do Terra, o Darkside é relativamente novo, mas há evidências de que eles possam ter ligações com outros grupos cibercriminosos responsáveis por ataques de alto perfil a empresas. A questão tem preocupado as autoridades.

Origens anônimas

De acordo com pesquisador de criptomoedas Philip Gradwell, da Chainanalysis, uma doação anônima de 10 mil libras em dinheiro com um pedido de recibo é um alerta para a complexidade e o perigo de doações anônimas. “Provavelmente algumas perguntas precisam ser feitas", pontua.

"Ao permitir doações anônimas de fontes potencialmente ilícitas, aumenta o perigo de lavagem de dinheiro". Segundo o especialista, as empresas de criptografia precisam de medidas de verificações básicas de antecedentes, para saber quem está por trás das transações que seus negócios facilitam.

*Com informações da BBC News e Terra.

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