Mudanças de temperatura bruscas têm sido cada vez mais comuns, principalmente por conta das altas de calor históricas registradas no Brasil nesse início de primavera. Mesmo sem a chegada ‘oficial’ do verão, o calor tem elevado a sensação térmica da estação, deixando alguns ambientes da casa ainda mais quentes. Mas como melhorar esse panorama?
As arquitetas, Carina Dal Fabbro, à frente do escritório que leva seu nome, Pati Cillo, com seu escritório homônimo, e Júlia Guadix, da Liv’n Arquitetura, dão dicas para driblar o clima quente e alcançar o tão sonhado bem-estar em casa durante este período. Confira o passo a passo elencado por elas:
Cores claras
As cores exercem muita influência na sensação de um ambiente. Dessa forma, os tons claros são os mais indicados para a obtenção de cômodos mais refrescantes. Quem quiser deixar a casa com um gradiente mais ameno deve realizar a substituição de itens mais escuros, usualmente empregados em almofadas, tapetes e cortinas, por exemplo.
Para Júlia Guadix, vale apostar em estampas ou em tecidos neutros leves e naturais como cetim ou algodão, que permitem mais respiro no local. “Para quem tem sofá de couro ou mais escuro, é possível cobri-lo com xale ou uma manta mais leve, como aquelas produzidas artesanalmente, para criar uma atmosfera fresquinha no ambiente”, sugere a arquiteta.
No dormitório assinado por Júlia Guadix, ela balanceou o azul mais intenso, presente na mesinha lateral e na almofada, com um enxoval que evidencia nuances mais claros de cinza. Ambientação gostosa para as noites quentes | Foto: Guilherme Pucci
Entre as cores sugeridas, a arquiteta Carina Dal Fabbro tem notado que o coral e o rose seguem como grandes opções em ambientes. “É uma tendência, mas não existe regra. Todos os tons claros trazem a sensação de frescor e cabe ao morador escolher conforme seu gosto”, indica a profissional.
Ventilação
O primordial em dias quentes é manter a casa ventilada. Segundo a arquiteta Pati Cillo, o ar-condicionado é cada vez mais pedido em novos projetos residenciais, principalmente nos quartos e em áreas sociais. Todavia, quem não tem eletrodoméstico deve investir no bom e velho ventilador. Para um uso otimizado e eficaz, a recomendação de Patti é posicioná-lo em diversas áreas de casa e, se possível, em locais como de costas para a janela. “Além do ventilador que podemos levar de um lado para o outro, podemos considerar também a instalação de ventiladores de teto em cômodos como sala de estar e dormitórios, além dos umidificadores, que colaboram na diminuição do calor, propiciando conforto térmico”, detalha.
Entretanto, no caso do umidificador, uma ressalva valiosa para a saúde: se ligado por muito tempo, pode provocar o aparecimento de mofo ou bolor nos ambientes, além de não ser benéfico para a saúde. “Todos os recursos são positivos, mas o melhor mesmo é quando podemos contar com a ventilação natural. Janelas e amplos vãos de porta idealizados durante o projeto arquitetônico contribuem para uma casa bem arejada e saudável, relaciona Pati.
Realizada com uma paleta de tons claros, destacando o amadeirado do piso e dos móveis, assim como o rose gold dos pendentes, a sala de jantar da arquiteta Pati Cillo recebeu um ar-condicionado que provê temperaturas amenas em meio aos dias de excessivamente quentes | Foto: Luis Gomes
Plantas:
Na varanda, Júlia Guadix reuniu espécies de plantas, incluindo temperinhos, pensando em dispor dias de calor mais ameno. Para organizar, suportes, mesinhas e até caixotes de madeira | Foto: Guilherme Pucci
Junto com a decoração, as plantas contribuem para o frescor e o clima de bem-estar. Entretanto, Júlia Guadix traz uma ressalva: não basta ter apenas um vasinho aqui ou acolá. “O valioso é ter uma combinação de espécies, sempre lembrando que, quanto maior o tamanho da folha, mais a plantinha respirará, nos dando como resultado um ambiente mais úmido e agradável. Uma sugestão também é escolher uma parede para um jardim vertical”, avalia.
Mas, e as espécies? As mais indicadas para os ambientes internos são Jiboia, Avenca, Begonia, Samambaia, Costela de Adão e Filodendros, entre outras, que apresentam uma fácil adaptação em casa, desde que sejam agraciadas por ventilação, luz natural e a rega conforme as características particulares de cada uma.
Ode ao natural na varanda realizada pela arquiteta Pati Cillo | Foto Luis Gomes
“Como estamos em um período quente, para verificar necessidade de molhar a plantinha, basta colocar a mão na terra e sentir se ela está seca. Se sim, é só colocar água de novo. Não precisa ser um grande entendedor para mantê-las saudáveis”, avalia Pati Cillo. Júlia ainda faz um adendo sobre a importância de borrifar água nas folhas. “Assim elas contam com as condições favoráveis para o volume da folhagem, deixando aquele efeito natural e tão rico que tanto desejamos em casa”, avalia.
Iluminação:
Para a arquiteta Carina Dal Fabbro, a iluminação mais próxima do natural (3.000 kelvin) é a luz branca quente. Além dela, também é possível apostar em luzes incandescentes ou pendentes. Além de trazer um clima diferente para a área, colabora para economizar energia e deixa a casa com uma atmosfera mais gostosa.
Nesta área social integrada com a varanda assinada pela arquiteta Carina Dal Fabbro, o ar-condicionado é o elemento chave para os dias em que a ventilação natural da varanda não der vazão ao calor. O projeto também investiu em luzes indiretas como o abajur. | Foto: João Ribeiro
Decoração ao seu favor:
A decoração é outro aliado que faz a diferença. Expor objetos produzidos com materiais naturais como palhinha, fibras e terracota são muito indicados. Vale abusar da criatividade!
No ambiente, Carina Dal Fabbro escolheu uma deliciosa poltrona produzida com fibra para os momentos de leitura | Foto: Bruno Cardi
Sobre Carina Dal Fabbro Arquitetura
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Sobre Liv’n Arquitetura
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Sobre Pati Cillo
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