Erika Hilton (PSOL) de 27 anos, foi a mulher mais bem votada para o cargo de vereadora na maior cidade do país. Negra, ativista dos direitos humanos e defensora das minorias, Erika recebeu mais de 50 mil votos nas eleições municipais do último dia 15 de novembro.
Apesar de se encaixar em vários grupos minoritários, Erika afirmou que não vai atuar apenas em prol desses grupos, e busca agir de forma que represente o coletivo, obviamente com foco nas pautas desses grupos que precisa de mais atenção por parte do poder público, mas não deixando também de atender ao coletivo.
Além disso, a eleição de Erika é um grande marco na história do Brasil. Um país majoritariamente conservador, cristão e preconceituoso, eleger uma candidata transexual e ser a mais bem votada do estado de São Paulo é um enorme avanço na luta da população trans.
Comparado com as eleições presidenciais de 2018, onde o conservadorismo de direita imperava no país, as eleições deste ano mostrou que houve sim uma evolução na mente das pessoas e aos poucos essa desconstrução do padrão heteronormativo cis vem sendo feita de modo que beneficie todas às pessoas.
Erika foi eleita no país e no estado que mais mata travestis e transexuais no mundo segundo as pesquisas. Ela comemora esse marco na história e completa dizendo: “Há uma estrutura transfóbica e racista sistêmica que o tempo todo tenta nos matar, uma maquete política preparada e construída para a aniquilação e destruição desse corpo. Nos desumanizam o tempo inteiro”.