Sobrevivente da tragédia, o coordenador de estoque de uma ferragista de Goiânia, relata como correu para fugir do tiros feitos contra ele, por um ex- funcionário da empresa.
O coordenador acredita que era o segundo alvo do atirador, que conforme a polícia, não aceitava ter sido demitido e se matou após os disparos.
"Só queria sobreviver'. Mais nada. É desesperador. Não tem outra palavra. Só pensava em me salvar. Nunca pensei em passar pois isso", contou o homem, que não quis divulgar sua identidade.
Segundo a polícia, Marciano Leodorico da Silva trabalhou na empresa por mais de 10 anos, mas foi demitido há dois anos. Ele chegou a voltar a trabalhar por alguns meses como motorista no mesmo lugar, mas depois saiu.
Na quinta-feira (16), ele foi até a empresa, entrou tranquilamente, foi até a sala do gerente, José Edilson da Silva, e o matou. Um outro funcionário que estava na sala ainda tentou impedir o crime, mas foi baleado na perna. Ele recebeu atendimento médico e foi liberado. Em seguida, foi até a procura do coordenador de estoque.
"Ele desceu lá para minha sala, que fica a uns 60 metros. Só que eu vi, já estava fora da minha sala, tanto é que ele, provavelmente, ia me matar. Corri, olhei para atrás e o vi sacando a arma, dando dois tiros para o meu rumo. Eu agachei. Foi desesperador, eu não sabia o que estava acontecendo", considerou.
O coordenador contou que saiu da empresa, correu pela rua e se escondeu em uma oficina. Ele acrescentou que só saiu após receber a notícia de que o atirador tinha se suicidado.
"Ele culpava duas pessoas por essa demissão e, depois de dois anos e algumas ameaças a essas pessoas, ele entrou calmamente na empresa, foi até a sala do gerente, o executou com tiro e depois tentou matar o coordenador", explicou a delegada Marcela Orçai.
Uma câmera de monitoramento dentro da sala do gerente registrou o momento do crime. Marciano entra no local e o gerente, José Edilson, está sentado atrás da sua mesa. Do outro lado, estava um funcionário. Marciano rapidamente saca a arma e começa a atirar.
O funcionário que estava na sala tentou segurar o braço de Marciano, mas foi atingido na perna. O gerente tenta se levantar e fugir, mas acaba caindo. O atirador volta e atira contra a vítima, ainda no chão.
"É uma loja que tem câmera em todo seu espaço, então ela pode trazer toda a dinâmica, desde o momento em que chega sozinho ao local, até o momento em que tira sua vida", disse a delegada.
Conforme o site G1, as investigações detalharam ainda que o homem chegou a fazer ameaças em redes sociais, dizendo que cometeria uma loucura dentro da empresa. No entanto, o gerente e o coordenador de logística não chegaram a registrar um boletim de ocorrência (BO), por não acreditarem que ele pudesse fazer algo.
De acordo com a delegada, a próxima fase é intimar os funcionários e os familiares do atirador, para entender como estava a rotina dele nesses últimos dias e tentar estabelecer como foi o planejamento do crime.