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EUA já registram mais mortes por covid que de soldados na 2ª Guerra

A quantidade de mortes por covid-19 nos EUA ultrapassou nesta sexta-feira, 11, o número de soldados americanos mortos em combate na 2.ª Guerra. Com mais de 3 mil óbitos pelo terceiro dia seguido e 200 mil novos casos nos últimos quatro dias, o país totaliza 15,8 milhões de infectados e 293 mil mortos.

Com 330 milhões de habitantes, cerca de 4% da população mundial, os EUA representam cerca de 20% das mortes e 22,5% dos casos no mundo, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Ao atingir ontem a marca de 293 mil mortos, a pandemia de coronavírus deixou para trás a quantidade de baixas americanas no conflito mais sangrento da história da humanidade - segundo o Departamento de Assuntos de Veteranos, 291.557 soldados americanos morreram na 2.ª Guerra.

Em abril, o número de mortos na pandemia já havia ultrapassado as baixas americanas na Guerra do Vietnã (58 mil). Em maio, os EUA chegaram a 87 mil mortes, mais do que o número de soldados americanos que morreram em combate em todos os conflitos após 1945.

Agora, o coronavírus persegue o recorde do momento histórico mais violento da história americana: a Guerra Civil, que deixou 620 mil mortos. Segundo estimativas da Universidade de Washington, se mantiver o mesmo ritmo, no fim de janeiro, o país terá alcançado a marca 400 mil mortos.

Para segurar esses números, a Casa Branca aposta todas as suas fichas na vacinação em massa. Segundo o secretário de Saúde, Alex Azar, a imunização da população americana começaria no início da semana, assim que a Food and Drug Administration (FDA), agência que regula medicamentos, autorizar o uso emergencial da vacina da Pfizer-BioNTech.

Na quinta-feira, 10, um comitê autorizou o uso da vacina, que deveria receber a aprovação final da FDA em "alguns dias". Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, se irritou com a demora e ordenou que o diretor da agência, Stephen Hahn, apresentasse sua renúncia caso a agência não aprovasse a vacina imediatamente.

"Libere a maldita vacina agora, dr. Hahn. Pare de brincar e comece a salvar vidas", tuitou o presidente, que chamou a agência de "uma tartaruga grande, velha e lenta". O chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, telefonou para Hahn e aumentou a pressão sobre a FDA. Segundo o Washington Post, a agência imediatamente começou a apressar o cronograma de aprovação da vacina.

Apesar de ter sido vendida pela Casa Branca como a solução do problema, o processo de imunização é lento e os EUA não têm doses suficientes para vacinar toda a população. A Pfizer e a BioNTech só têm contrato com o governo americano para fornecer 100 milhões de doses - o que daria para imunizar 50 milhões de pessoas, já que o produto é administrado em duas doses.

A Moderna, cuja vacina pode ser aprovada até o fim da próxima semana, também se comprometeu a entregar 100 milhões de doses aos EUA. Cada contrato inclui opções para doses adicionais, mas o tempo para ativar essas cláusulas pode atrasar a entrega em vários meses.

Embora Trump tenha tentado levar o crédito por desenvolver as vacinas, o New York Times informou esta semana que a Casa Branca perdeu a oportunidade de garantir a compra de mais doses da Pfizer meses atrás. Como o governo não estava disposto a ampliar o pedido antes que os testes finais mostrassem que a imunização era 95% eficaz, a Pfizer fechou acordos com outros países.

Para tentar marcar posição e tranquilizar a população americana, o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, que assume no dia 2o de janeiro, afirmou na terça-feira que pretende aplicar 100 milhões de doses em seus primeiros 100 dias de governo.

Para cumprir a meta, o democrata disse que Trump precisa comprar agora as doses já combinadas com a Pfizer e com a Moderna. Biden citou a necessidade de liberação de recursos federais para cobrir o custo de transporte das vacinas todos os cantos do país "Eu não posso prometer acabar com a covid-19 em 100 dias, mas podemos mudar o curso da doença e melhorar a vida dos americanos", disse. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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