O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), declarou nesta manhã ser 'terrível' o problema em Manaus, no entanto, afirmou ter feito "a sua parte". Na saída do Palácio da Alvorada nesta sexta-feira (15), Bolsonaro ressaltou: "Agora, nós fizemos a nossa parte de recursos e meios".
"Hoje às Forças Armadas deslocaram para lá um hospital de campanha. O ministro da Saúde Eduardo Pazuello esteve lá na segunda-feira e providenciou oxigênio. Começou o tratamento precoce que alguns criticam, quem critica, não tome", manifestou o presidente, que legitimou o uso de remédios sem comprovação científica.
Manaus, voltou a conviver com colapso do sistema de saúde. O estoque de oxigênio envasado chegou ao fim em alguns hospitais da capital amazonense, nesta quinta-feira (14), e inúmeros pacientes graves morreram por axfixia.
Gripezinha
Bolsonaro também convencionou reconsiderar declarações anteriores sobre a gravidade da Covid-19. Em março do último ano, o presidente, em manifestação em rede nacional de televisão, havia afirmado: "90% de nós não terá qualquer manifestação caso se contamine".
"No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus não precisaria me preocupar. Nada sentiria, ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão". Hoje voltou a sustentar: "Quem falou gripezinha não fui eu, foi o médico Dráuzio Varella. Eu já tive e estou imunizado aqui. O que eu falei e desafiei a imprensa depois a me desmentir: era gripezinha para mim".
Imunizante
Sem dizer qual vacina se referia, Bolsonaro disse que não faz "campanha contra vacina". Mas o presidente reforçou se tratar, segundo ele, de algo "experimental" e disse que tomar a vacina obrigatória seria "uma irresponsabilidade. Queriam aplicar em crianças", afirmou.
De acordo com o site IstoÉ, ao comentar com apoiadores sobre a situação de outros países, Bolsonaro justificou que "a média está abaixo de 2% de vacinados em nações que já iniciaram a imunização". Ontem, em meio à nova alta de casos e a situação de sobrecarga da rede de saúde de Manaus, o presidente voltou a negar atraso do país para iniciar sua campanha de vacinação e pediu "calma" à população.