MPF cita em documento ao STJ que as acusações contra magistrados envolvidos no caso padre Robson tem indícios de corrupção passiva. O Superior Tribunal de Justiça iniciou um novo processo de investigação contra desembargadores de Goiás, após áudios envolvendo padre Robson de Oliveira e dois advogados relatarem o suposto pagamento de R$ 1,5 milhão a magistrados para conseguir uma decisão favorável em um processo envolvendo uma fazenda.
Nesta quarta-feira (24), a presidência do Tribunal de Justiça do Estado informou que abriu procedimentos de sindicância para investigar os fatos narrados no caso Padre Robson. Os investigados e todo o matéria recolhido na Operação Vendilhões são analisados pela sub-procuradora Geral da República, Lindôra Maria Araújo.
No documento citado a sub-procuradora pede que o Ministério Público de Goiás encaminhe relatórios dos materiais apreendidos. E no prazo de 120 dias façam todas as investigações para esclarecer os fatos. Além disso, o MPF quer que o TJ de Goiás entregue uma cópia dos processos envolvendo a compra da fazenda pelo padre Robson, em nome da Afipe.
Em nota ao G1. A Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) disse que repudia os prejulgamentos dos quais tem sido alvos desembargadores após a divulgação de áudios de diálogo entre advogados e cliente.
Além disso, um documento mostra que a relatora, a desembargadora Amélia Martins de Araújo, se posicionou favorável ao recurso do padre. E que outro dois embargadores acompanharam o voto da relatora. Robson ganhou a causa por unanimidade. (documento avaliado pela tv anhanguera)
A desembargadora Amélia Martins, relata jamais ter tido qualquer contato com o padre o com os advogados do caso. Os desembargadores Orloff Neves Rocha e o juiz Roberto Horário Rezende não comentaram sobre o caso.
A conversa que cita a suposta propina entre os advogados e desembargadores, foi gravada pelo próprio padre Robson, no ano passado. Com 1h30 de duração. A defesa do padre, afirma que o material original e verdadeiro não foi exibido, pois não pode ser divulgado.
Segundo as investigações, o padre concorda com a proposta dos advogados de pagar propina, desde que a sentença ser favorável a eles. Padre Robson e outras 17 pessoas foram denunciadas por organização criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. O valor que deveriam ter sido usados na construção da nova Basílica de Trindade, foram usados, para outros fins, como a compra de fazendas, um avião e uma casa de praia.
Desde à descoberta do suposto desvio de doações de fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), o padre está afastado das funções na igreja. O religioso sempre negou ter cometido essas irregularidades.