Um dia depois que o número 2 do principal partido que governa o Japão afirmou que os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados no ano passado por causa da pandemia do novo coronavírus, podem ser cancelados como último recurso, no momento em que o país enfrenta um novo surto de casos da covid-19, a presidente do Comitê Organizador, Seiko Hashimoto, disse nesta sexta-feira que o país está comprometido a realizar um evento seguro em julho e agosto, ao mesmo tempo em que uma disparada de casos levou a uma ampliação dos controles de contágio e apesar dos novos pedidos para que haja um novo adiamento ou o cancelamento.
O governo japonês expandiu medidas quase emergenciais a 10 regiões agora que uma quarta onda de infecções se dissemina, criando mais dúvidas sobre a possibilidade de sediar a Olimpíada na capital Tóquio daqui a menos de 100 dias. "Não estamos pensando em cancelar a Olimpíada", disse Seiko Hashimoto, falando em nome do comitê organizador. "Continuaremos a fazer o que pudermos para implantar um regime de segurança minucioso que fará as pessoas se sentirem completamente seguras".
As cidades de Aichi, Kanagawa, Saitama e Chiba foram acrescentadas às seis outras regiões já sujeitas a controles de contágio, entre elas Tóquio e Osaka. Os principais especialistas de saúde japoneses reconheceram que a pandemia de covid-19 entrou em uma quarta onda no país.
Os casos diários atingiram um recorde de 1.209 em Osaka nesta sexta-feira, impulsionados por uma linhagem virulenta do vírus identificada pela primeira vez no Reino Unido. Tóquio teve 729 infecções novas na quinta, o maior número desde o começo de fevereiro, quando a maior parte do país estava em estado de emergência.
Quase dois terços dos japoneses disseram que a Olimpíada deveria ser adiada ou cancelada, de acordo com uma pesquisa da TV local Jiji News nesta sexta-feira.
Apesar dos obstáculos, o vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o australiano John Coates, declarou na quarta-feira que a organização não contempla de nenhuma maneira um cancelamento. "Claro que estamos preocupados, claro que a segurança continua sendo nossa prioridade, mas pensamos que estamos preparados para as piores situações", afirmou.
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