Matheus Ribeiro, de 22 anos, foi acusado injustamente de furtar a própria bicicleta, no bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro, no dia 12 de junho. Agora o instrutor de surfe, está sendo investigado por receptação e precisou apresentar para a polícia o comprovante da compra da própria bicicleta.
Mateus está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro pela segunda vez, ao constatarem que a bicicleta comprada pelo jovem, num site de produtos usados, foi furtada de um empresário, em fevereiro deste ano, em Ipanema.
Agora, tanto o homem que vendeu, quanto o jovem, estão sendo investigados por receptação. Em nota, a Polícia disse que o vendedor teria avisado que o produto não tinha nota fiscal, e que por esse motivo o preço estava abaixo de mercado.
Mas Matheus disse que não sabia que o produto tinha origem ilícita. "Não, a gente (ele e a namorada) nunca faria uma coisa do tipo. Por ser uma bicicleta usada, a gente especificou que tivesse próximo de metade do valor de uma bicicleta nova".
Segundo a perícia " a chave da bicicleta que estava com Matheus era visivelmente adulterada de uma moto Honda e que o valor pago pelo jovem, de R$ 3.600, é bastante inferior ao de mercado".
Para a professora de direito penal e Criminologia da UFRJ: "Não dá para presumir que esse valor signifique que o produto seja fruto de crime, porque é normal que produtos usados não tenham os mesmos preços de um produto comprado novo na loja. Não se pode acusar alguém de crime com indícios tão frágeis como esse".
A Polícia Civil ainda relatou que não tem informações sobre o autor do furto e não informou se o crime gerou a abertura de um boletim de ocorrência feita na época pelo empresário. A bicicleta será devolvida ao proprietário do veículo, que foi localizado pela loja que vende o produto original.
Depois de ter sido caluniado por um casal branco, Mateus também prestou queixa do episódio de racismo sofrido no Leblon.