Os Jogos Olímpicos de Tóquio começam em menos de 50 dias e o Brasil estará sendo representado pela 23ª vez. Os jogos no Japão será a 31ª participação do país em jogos olímpicos, contando entre Jogos de Verão e Jogos de Inverno.
A história diz que o Brasil não esteve presente nas cinco primeiras edições dos Jogos Olímpicos Modernos - Atenas 1896, Paris 1900, Saint Louis 1904, Atenas 1906, Londres 1908 e Estocolmo 1912. A edição de 1916, que seria em Berlim, não aconteceu por conta das batalhas da Primeira Guerra Mundial.
A primeira participação reconhecida do Brasil em Jogos Olímpicos foi em 1920, em Antuérpia, na Bélgica, quando o país foi representado por 22 atletas - todos homens - que trouxeram três medalhas no tiro desportivo - Guilherme Paraense ganhou ouro, Afrânio Costa a prata e o bronze na disputa por equipes.
Porém, em 2021, o Fantástico trouxe uma matéria especial mostrando que 20 anos antes da primeira participação oficial reconhecida do país tupiniquim em Jogos Olímpicos, Christiano Klingelhoeffer, filho de brasileiro nascido em Paris, participou de três provas de atletismo nas Olimpíadas de 1900 - 60 e 200 metros rasos e 110 metros com barreiras. Christiano não conquistou nenhuma medalha e nem é reconhecido pelo Comitê Olímpico Brasileiro porque naquela época ainda não existiam comitês olímpicos nacionais. O COB foi fundado em 1914.
Das últimas 28 edições de Jogos Olímpicos, o Brasil ficou fora apenas de um: Amsterdã 1928. A crise financeira que o país vivia no governo de Washington Luís impediu que houvessem recursos para financiar o envio de uma delegação à capital holandesa.
O caso de 1928 quase aconteceu quatro anos antes, em 1924. A crise financeira e a desistência da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) quase inviabilizou a participação do país nos Jogos de Paris. Graças aos esforços do jornalista Américo Neto, do Estado de S. Paulo, da Federação Paulista de Atletismo e outros desportistas do estado, 12 atletas participaram das disputas do remo, e do tiro esportivo e do atletismo.
Em 1932, em Los Angeles, o Brasil teve pela primeira vez uma mulher na delegação: Maria Lenk, nadadora, então com 17 anos, participou das disputas da natação por sorte. 82 atletas - sendo 81 homens - embarcaram rumo aos Estados Unidos de barco. Lá, descobriram que para desembarcar precisariam pagar um dólar.
A cobrança fez com que apenas 67 desportistas, escolhidos por terem chances reais de medalha, desembarcassem. A exceção foi Lenk, que por ser a única mulher, ganhou espaço de um homem para participar das disputas. Os brasileiros, além de atletas, fizeram papel de vendedor: o barco que os levou carregava sacas de café, que deveriam ser vendidas para cobrir os custos da viagem.
O Comitê Olímpico Brasileiro era uma espécie de pasta dentro da Confederação Brasileira de Desportos, que na época funcionava como Ministério do Esporte. As duas entidades só se desvincularam em 1935 depois de discordâncias sobre os atletas selecionados para os Jogos de Berlim, em 1936.
Ao todo, o Brasil conquistou 129 medalhas, sendo 30 de ouro, 36 de prata e 63 de bronze. Nossa melhor aparição foi justamente em casa, em 2016, no Rio de Janeiro, com sete ouros, seis pratas e seis bronzes, totalizando 19 conquistas. É o país mais vencedor da América do Sul e o quarto que mais conquista medalhas, atrás apenas de Estados Unidos, Canadá e Cuba.
Brasileiros não conquistaram nenhum pódio em três edições dos Jogos: Paris 1924, Los Angeles 1932 e Berlim 1936, tabu que só foi quebrado em 1948, em Londres, quando o Brasil totalizava 28 anos sem subir ao pódio - na época, as únicas medalhas do país ainda eram as de 1920. Desde então o Brasil nunca mais ficou sem ganhar medalhas. São 17 edições seguidas subindo ao pódio pelo menos uma vez.
Nenhum brasileiro colocou tantas medalhas olímpicas quanto Robert Scheidt e Torben Grael. Os velejadores somam cinco medalhas cada, sendo dois ouros, duas pratas e um bronze para Scheidt, dois ouros, uma prata e dois bronzes para Grael.
Serginho, do vôlei, mesmo tendo menos medalhas que Torben Grael é o segundo maior vencedor, com dois ouros e duas pratas olímpicas.
O vôlei é a casa dos bicampeões olímpicos. Giovane, Maurício, Fabiana, Paula Pequeno, Thaísa, Jaqueline, Sheila e Fabi estão na seleta lista de bicampeões olímpicos ao lado de Adhemar Ferreira da Silva, do salto triplo.
Tóquio marcará recordes para brasileiros. Robert Scheidt, já classificado, disputará sua sétima Olimpíada, o maior número entre os brasileiros. Rayssa Leal, do skate, quebrará um recorde que já dura 73 anos: a atleta mais nova a representar o país. Talita Rodrigues tinha 13 anos e 347 dias
Quem também pode empatar com o velejador é Formiga (futebol feminino), que se convocada chegará ao mesmo número. A volante está empatada com Torben Grael, Hugo Hoyama (tênis de mesa) e Rodrigo Pessoa (hipismo), com seis participações cada.
Os recordes olímpicos já faz parte da família Pessoa. O pai de Rodrigo, Nelson Pessoa, também cavaleiro, é o atleta brasileiro mais velho a participar de uma edição de Olimpíada, quando disputou os Jogos de Barcelona em 1992, com 56 anos.