A ultima etapa da Operação Piratas do Campo foi realizada ontem (21). Iniciada em Janeiro de 2020 a investigação policial tem como objetivo desarticular os crimes de roubo de cargas e defensivos agrícolas. Durante a ação, dez pessoas foram presas.
Entre os presos, estão donos de casas agropecuárias e supermercados em Goiânia e também investigados residentes do Pará e Luiz Eduardo Magalhães (Bahia). Foram apreendidos mais de R$ 100 milhões em defensivos agrícolas e gêneros alimentícios, todos esses produtos, foram roubos e vendidos a propriedades rurais. Além disso, 5 veículos e dinheiro em espécie, além de produtos agropecuários também foram confiscados.
Com as apurações, os policiais descobriram a existência de uma grande organização criminosa, distribuídas em cinco estados. Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Pará e Tocantins. A organização criminosa era liderada por membros de uma mesma família (pai, mãe, filho e enteado), todos foram presos nesta etapa da operação.
A família contratava pessoas para roubar defensivos agrícolas em grandes fazendas e em caminhões que transportavam o referido produto. Os caminhões eram levados para galpões no Mato Grosso e em Goiás. Nestes imóveis, existiam sofisticadas aparelhagens de indústria química, usadas para adulteração dos defensivos que aumentam a quantidade da litragem em cem vezes mais do que o original (vinte litros se transformavam em 200 litros).
Segundo a polícia, após a falsificação dos defensivos, os criminosos os reembalavam em galões idênticos aos de grandes indústrias, como Bayer e Syngenta, com etiquetas, selos e vasilhames que chamaram a atenção pela semelhança aos originais. Os produtos falsificados eram então colocados à venda em grandes empresas localizadas em várias capitais do país.
Grandes lavouras de milho e soja foram completamente destruídas pelo uso desses produtos, o que causou prejuízos de substancial monta aos produtores rurais e ao meio ambiente. Donos de gráficas e empresas de embalagens envolvidos no esquema também foram presos na operação. Somadas todas as etapas da Operação Piratas do Campo, mais de 20 pessoas já foram presas.
Os investigados responderão pelos seguintes crimes: roubo, porte de arma de fogo, concurso de pessoas e restrição da liberdade da vítima; receptação qualificada, crimes contra a ordem tributária, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Todos os bens móveis, imóveis e valores serão tomados pela justiça.