O Ministério Público de Goiás (MP-GO) prende ontem, terça-feira (14), duas pessoas suspeitas de participar do esquema que envolve a venda ilegal de medicamentos abortivos pela internet, em Goiânia.
Segundo o MP, os interessados no produto informavam as semanas de gravidez e o suspeito dava a dose do medicamento e o valor para cada caso. O faturamento da organização criminosa chegava a R$ 2 mil por semana, o que tornava o negócio lucrativo para os membros. O grupo era bem dividido em suas funções e cada um trabalhava em uma área, tanto no site como na venda do produto.
A negociação acontecia por um aplicativo de mensagem. Os produtos eram vendidos principalmente para jovens em situação de desespero devido à gravidez não planejada. Os criminosos moram em Goiás, mas entregavam os medicamentos em todo o país.
"Os interessados informavam as semanas de gravidez e o suspeito dava a dose do medicamento e o valor para o caso, para a pessoa ter um aborto. Os valores ficavam em torno de R$ 200 a R$ 600, a depender da dose", explica o promotor de Justiça Marcelo Crepaldi.
"Todas as pessoas estavam cientes da origem do dinheiro e do esquema. Nenhuma delas têm formação em medicina ou qualquer tipo de habilitação para tratar com esses medicamentos", acrescenta o promotor.
Essa prática é considerada crime no Brasil, segundo o promotor, Fernando Cesconetto, só não é crime, exceto, quando a gravidez representa risco de morte para a gestante, sendo consequência de um estupro ou quando o feto não possui cérebro.
Com dados do G1*