A disputa pelo comando da advocacia tornou-se disputa política. A imagem vale muito. A comunicação estratégica tornou-se essencial e se equivale aos acordos dos profissionais. É uma disputa cara, que exige tempo, equipe e disposição do candidato.
Por isso é cada vez mais comum o uso de estratégias semelhantes aos embates partidários para que ocorra a escolha do gestor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A disputa tem ‘briga’ de pesquisas, lutas internas de poder e, sobretudo, uma batalha na imprensa e redes sociais.
É neste último campo que se observa de forma mais detalhada [ e de maneira pública] que nem sempre as pesquisas combinam com as movimentações das redes, que geralmente revelam engajamento e interação em torno do candidato.
Até aqui, a disputa segue em nicho, com pouca ou nenhuma polêmica. Mas é possível perceber quem usa melhor as redes sociais para se comunicar. E geralmente quanto mais amplo o background profissional do advogado, maior é o engajamento, já que a interação orgânica exige carisma, popularidade e mesmo histórico de ações.
O DM analisou um mês de publicações nas redes dos pré-candidatos de Goiás e identificou uma campanha ainda em início, mas já bastante configurada nas redes.
Rafael Lara, candidato que representa o atual grupo da Ordem, presidido por Lúcio Flávio, aparece em primeiro lugar em três dos cinco rankings criados para avaliação. Outras duas lideranças são da professora e conselheira federal Valentina Jungmann. Os demais aparecem próximos e com movimentadas redes sociais.
Valentina surge em primeiro lugar em produção de conteúdo, com 60 postagens, seguida por Pedro Paulo com 43. Rodolfo Mota tem 22 e Rafael Lara, 21. Júlio Meirelles é o último com 19.
Um parâmetro de grande importância para entender o engajamento é o número de curtidas. O pré-candidato Rafael Lara teve 13.792, seguido de Valentina Jungmann com 7.475. Em terceiro lugar aparece Pedro Paulo com 6.194. Júlio Meirelles registra 4.806 e Rodolfo Mota aparece em último, com 4.616.
Ainda mais importante para a avaliação de engajamento é o número total de comentários (desde que em um valor estatístico, se mostre + 15% em relação a interação negativa).
Valentina está em primeiro lugar nesta métrica, com 1.326 (maioria positiva), seguida por Rafael Lara com 936 (maioria positiva), Pedro Paulo com 566 (maioria positiva), Rodolfo Mota, 549 (maioria positiva) e Júlio Meirelles com 84 (maioria positiva).
Os comentários positivos demonstram que a campanha não entrou em um clima acirrado e de combate entre os advogados.
Quando se avalia o número de interações do público, Lara aparece com 14.728, seguido por Valentina (8.801), Pedro Paulo (6.760), Rodolfo Mota (5.165) e Júlio Meirelles (4.890).
Engajamento
Em termos de engajamento, a liderança é de Rafael Lara, com 2,48%. Valentina Jungmann mantém a segunda posição com 1,23%. Presidente da Casag, Rodolfo Mota surge na terceira posição com 1.08%. Pedro Paulo ocupa a quarta posição com 0,74%, seguido de Júlio Meirelles com 0,58%.
Estudo
O estudo é quantitativo e leva em consideração os perfis pessoais dos pré-candidatos no Instagram, uma das redes mais utilizadas pelos pré-candidatos. Leva-se em conta as diferentes métricas no período de 1/8 até 31/8.
As ferramentas de análise como SproutSocial e SocialBlade (rastreamento de estatísticas) foram utilizadas em estudos de caso e relatórios de redes. A taxa de engajamento é baseada nas últimas 20 publicações.