Conhecido pela comunidade do Parque Santa Rita, em Goiânia, segundo inquérito policial, por ostentar histórico de violência doméstica contra a mulher, o pastor Fabiano Martins da Silva, 34, teve a prisão preventiva decretada ontem, pela juíza de Direito Julyane Neves, da comarca de São Luís de Montes Belos (GO), que atuou em regime de substituição.
Segundo consta nos autos, o suposto agressor se utilizava das redes sociais e dos próprios filhos para proferir ameaças veladas contra a vítima. Na decisão, que decretou a prisão preventiva, a magistrada entende que “é de fácil conclusão”, segundo os dados juntados no processo, a intenção do suposto agressor em oprimir, humilhar e ameaçar a vítima.
Ainda segundo o processo, é possível perceber a conduta de violência psicológica quando o pastor intentava transferir a culpa, pelo fim do relacionamento, sobre a mulher. Inclusive os filhos menores do casal estavam sendo coagidos a ofendê-la e ameaçá-la.
A decisão da magistrada ainda alerta sobre o risco de se usar a internet para práticas que ferem as leis. “Não podem as redes sociais se tornarem palcos de guerra para resolução de problemas oriundos de relações amorosas, e, muito menos, servirem como meio de humilhação e ameaça”, entende a juíza.
Na sentença, a juíza deferiu a medida protetiva de urgência à mulher e decretou a prisão preventiva de Fabiano que fica proibido de se aproximar da vítima.
Histórico
Nascido em Anápolis, o pastor evangélico Fabiano Martins da Silva, pertencente à Comunidade Evangélica Shekiná, tentou ser vereador em Goiânia, pelo PCO, o Partido Comunista do Brasil. Ele obteve 152 votos, não foi eleito.
Ele ficou mais conhecido, porém, por ter abrigado Hian Alves de Oliveira, 18 anos, indiciado por homicídio no caso do menino Danilo de Souza Silva, de sete anos. Segundo a conclusão do Inquérito Policial, Hian matou Danilo por asfixia afogando a criança em possa de lama, em seguida ocultou o cadáver configurando homicídio duplamente qualificado.
Hian confessou ter praticado o crime por ciúmes na relação de amizade entre o pai adotivo dele, no caso, o pastor Fabiano Martins da Silva. O delegado do caso Rilmo Braga explicou que o pastor costumava fazer doações e que um dos beneficiados era o padrasto. Hian disse que as ajudas nos últimos meses eram mais constantes e havia inclusive apoio financeiro. Segundo o Ministério Público, o homicídio foi cometido por motivo torpe, uma vez que o denunciado sentiu ciúmes pelo fato de o pastor, com quem morava, ajudar a família da vítima.