Rodeados por tecnologias e dispositivos que tornam nossa vida mais fácil e dinâmica, os jovens são os principais usuários de eletrônicos. Porém, o envolvimento excessivo com esses tipos de ferramentas, que poderiam ter um uso benéfico quando utilizados de forma moderada, pode trazer riscos à saúde mental e física.
A utilização dos smartphones e jogos eletrônicos estão entre as atividades que mais geram vícios entre os jovens, tornados ainda mais comum com as medidas de segurança e distanciamento da pandemia, onde jogar online com os amigos através do computador ou videogame e conversar via aplicativos de celular é cada vez mais frequente.
Segundo uma pesquisa da empresa Decode, no segundo semestre de 2020, o whatsapp chegou a ter um crescimento no seu tráfego de 97% no Brasil durante a pandemia, seja por uso profissional ou casual. Outro dado importante foi levantado pela Pesquisa Game Brasil (PGB), onde 75,8% dos brasileiros que consomem jogos eletrônicos afirmaram ter jogado mais durante o período de isolamento social.
Ainda falando de jogos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou o vício em games como doença, a partir da 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) de 2018, nomeando oficialmente o transtorno como Dependência de Videogames (DV).
Se você acorda já pensando em jogar ou sua primeira ação do dia é checar de forma ansiosa o seu celular, podem ser indícios preocupantes de uma possível dependência desses dispositivos, que tendem a acarretar problemas pessoais, no aprendizado e até no ambiente familiar.
A psicóloga Suely Faria, Coordenadora do curso de Psicologia da Estácio, pontua que os quando se prioriza os eletrônicos, sobrepondo-os aos demais interesses e atividades do dia-a-dia e são sinais de alerta para os jovens e seus cuidadores, pois a vida social pode ser prejudicada. Além disso, aponta também para uma fragilidade das redes de apoio constituídas pela família, ambiente escolar, da prática esportiva, da prática religiosa dentre outras.
Detalhes como a frequência, intensidade e o contexto devem ser observados de perto pelos pais na rotina dessa criança ou adolescente, principalmente na pandemia, onde a comunicação e interação à distância foram potencializadas.
“Algumas estratégias podem ser discutidas com o jovem para que ele consiga sentir prazer em outras atividades. A inquietação habitual do jovem, seu espírito revolucionário está em busca de novidades, de movimento, das ilusões e também das decepções, por isso dispor do tempo do encontro, do diálogo e qualidade das relações afetivas na família, contribui positivamente no uso criativo de sua energia para além da tecnologia. Não é demonizando a tecnologia que conseguiremos promover saúde mental, e sim ilustrando como a educação digital pode aproximar pessoas”, aponta Suely.
A atividade física é importante
Na contramão da dependência a esses dispositivos que tornam a pessoa sedentária, os exercícios podem ser uma ferramenta fundamental para o equilíbrio ideal da saúde do corpo e da mente.
Segundo o Guia de Atividade Física da População Brasileira, lançado em 2021, é recomendado que jovens de 6 a 17 anos pratiquem pelo menos 60 minutos de atividades físicas por dia e que deem preferência àquelas que fazem a respiração e os batimentos cardíacos aumentarem. Esses 60 minutos podem ser feitos contínuos ou divididos durante o dia. Além disso, recomenda-se que se realize atividade física pelo menos 3 vezes por semana.
“As atividades realizadas com pouco gasto de energia, em que você está sentado ou deitado, como usar o celular ou tablet para acessar as redes sociais, assistir televisão ou uma aula, jogar videogame ou até o trabalho em escritório, caracterizam sinais de um possível comportamento sedentário. O comportamento sedentário está associado ao risco de desenvolver várias doenças, como obesidade, diabetes do tipo 2, hipertensão e outras”, alerta o professor de Educação Física da Estácio, Raphael Furtado.
Raphael ainda dá dicas importantes para quem pretende mudar o hábito sedentário e iniciar uma vida ativa nos exercícios. “É preciso um cuidado para não se esforçar além do necessário, por isso a importância do profissional para fazer essa adequação e prescrever a dose adequada de exercício em cada momento. A dica que dou como profissional é se preocupar com a rotina, e tentar não faltar mesmo que você se movimente duas vezes na semana. Isso é necessário para o desenvolvimento do hábito, além de procurar atividades que são mais prazerosas, pois a chance de continuidade na prática é bem maior”, afirma.
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