O nome ipê é original da língua indígena tupi e significa casca dura. O mesmo também é conhecido como pau d’arco, porque antigamente os índios utilizavam a madeira dessas árvores para fazerem os seus arcos de caça e defesa. Ou seja, há muito tempo o ipê é utilizado como matéria-prima em razão da boa qualidade da madeira. O Ipê amarelo é uma árvore extremamente ornamental, tanto por suas flores e sua folhagem prateada sendo o que mais aparece, colorindo os dias das cidades e interior a fora.
As cores intensas e a floração dos ipês à alguns anos vem mudando a paisagem das avenidas, o que pode estar camuflando um grande mistério "diz a lenda", que quando mais seco o clima mais os Ipês ficam carregados, buscando a seiva mais profunda no solo para nutrir seu caule, suas folhas e suas flores. O Ipê é uma árvore típica do cerrado, mas que pode ser encontrado na floresta amazônica, na caatinga e até nos pampas, portanto é uma planta brasileira. O ipê da espécie Amazônica é um pouco diferente da do cerrado, podendo alcançar mais de 20 metros de altura, suas flores são menores e tem nome popular de Ipê tabaco ou Ipê preto.
No início da primavera, época em que o ar fica pesado, faz muito calor , humidade baixa, onde podem ocorrer chuvas torrenciais provocando grandes alagamentos. Portanto a primavera é a estação de transição, do clima seco para o úmido onde os dias podem ter três temperaturas diferentes, calor, frio, chuvas, o clima seco é a estação que mostra suas deslumbrantes cores. Nesse momento que os Ipês mostram sua face, amarelos, roxos, brancos, rosas e até o verde, uma das espécies mais raras. No cerrado os Ipês florescem com grande intensidade deixando as ruas das cidades com um colorido lindo. Uma curiosidade, o pau-Brasil é considerada a árvore nacional do país. Já a flor do Ipê é considerada a flor nacional, ela possui forma de funil, como se fosse uma cornetinha.
O professor Nilson Jaime é um dos maiores estudiosos dos Ipês no estado. O Pesquisador, escreveu um minucioso levantamento que aborda a história de Goiás, o livro "Do Passado ao Tempo Presente". O agrônomo fez um levantamento em múltiplas fontes de pesquisa, com informações, documentos, dados estatísticos, datas, história oral, das mídias, utilizando como fonte o DM Revista, caderno de cultura do jornal Diário da Manhã. Também escreveu ‘’Família Jayme’’ uma Genealogia e História, com 1.148 páginas, o trabalho resgata a centenária história da família Jaime. O professor Nilson vai nos auxiliar a conhecer algumas características dos Ipês, árvores estas que fazem parte do cenário de Goiás.
Professor como pode ser classificada a florada dos Ipês, ela vai de quando a quando?
Como existe quase uma centena de espécies, distribuídas por uma larga faixa territorial, a floração acontece entre junho e novembro. Primeiramente florescem os ipês-roxo e rosa, seguido do amarelo e, por último o ipê-branco. Em Goiás o ipê-amarelo, o mais comum, floresce em Agosto, até Setembro. As flores duram de sete a dez dias, após surgem os frutos do tipo cápsula loculicida bivalvar, que liberam dezenas de sementes.
O Ipê é uma arvore típica do cerrado, mas que pode ser encontrado na floresta amazônica, na caatinga e até nos pampas, portanto é uma planta brasileira, está certo afirmar isso?
O ipê é uma planta do gênero Tabebuia, classificada na família Bignoniaceae. De fato ela é uma árvore típica do Cerrado, mas podendo ser encontrada em todas as regiões brasileiras, mais raramente na Região Sul. Sua larga distribuição é explicada, dentre outros motivos, pela presença do ecossistema cerrado no Centro-Oeste, Sudeste, Amazônia e Nordeste, onde há cerca de 100 espécies de ipês que se desenvolvem. A espécie mais presente em Goiás é Tabebuia aurea, vulgarmente conhecida como “ipê-amarelo”, “ipê-do-campo”, "ipê-do-cerrado”, “caraíba”, “pau-darco”, “para-tudo-do campo” e mais de uma dezena de sinônimos’’.
Professor diz a lenda, que quando mais seco o clima mais os Ipês ficam carregados, isso porque, o ipê busca sua seiva em solos mais profundos, para nutrir seu caule, suas folhas e suas flores isso é verdadeiro?
Embora o ipê seja uma planta bem adaptada ao clima seco do cerrado tropical-quente-sub-úmido, não há comprovação desse fato. As árvores frutíferas em geral (caso das mangueiras, cajueiros e do próprio ipê), possuem sazonalidade em sua produtividade. Em um ano ou dois produz muitas flores e frutos, depois diminuem sua produção, como forma de recompor a energia necessária à sobrevivência da planta. Na percepção das pessoas, parece que produziu mais por que choveu menos, o que não é o caso. As plantas são limitadas em sua busca de água, por um sistema radicular pré-existente. O fato de buscar água a maior profundidade, não aumentaria a produtividade.
As cores intensas e a floração carregada dos ipês há alguns anos vem mudando a paisagem das avenidas das cidades de Goiás. Este fenômeno pode estar camuflando um grande mistério onde já podemos perceber secas mais severas, até escassez de água para o consumo humano verdade?
Não há correlação direta entre floradas mais abundantes de ipê e escassez de água. Talvez a sequidão do cerrado evidencie mais as árvores de cor aurífera no inverno cerratense, com vegetação aparentemente seca, por isso essa percepção popular. É notável que os rios estão fortemente antropizados, assoreados e poluídos. Também a vegetação ciliar não é a adequada, e nascentes e mananciais de água são constantemente destruídos pela ação do homem, tanto no campo quanto na cidade. Isso impacta fortemente a sensação de seca que, em última instância, é um fenômeno macro, influenciado pelo aquecimento dos oceanos e, no caso do Centro-Oeste do Brasil, pelos “rios voadores”, correntes aéreas que chegam da Amazônia, obstruídos pela Cordilheira dos Andes, causando chuva na Região Central do Brasil.
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