Um vídeo que mostra a prisão de um jovem negro em Novo Gama flagrou um policial militar dizendo 'vai gritar Lula lá na África'. O caso aconteceu no domingo, 2, no dia das eleições, e o Ministério Público solicita agora explicações à Polícia Militar.
A Polícia Militar informou em nota que "não compactua com nenhum tipo de conduta contrária aos preceitos das leis", e que assim que tomou conhecimento do caso, solicitou a abertura de um procedimento administrativo para investigar a circunstância do caso e que afastou o policial militar das suas atividades até o que as apurações sejam concluídas.
No vídeo, o jovem aparece sendo algemado e é possível ouvir a frase "Vai gritar Lula lá na África agora'. Em seguida, um homem diz que o rapaz estaria sendo preso por ser eleitor do candidato Lula (PT).
De acordo com a polícia, o jovem foi algemado pois estaria cometendo boca de urna próximo a uma seção eleitoral.
Ele foi levado ao batalhão militar, lá, o comandante da PM atestou que não havia indício de boca de urna e o liberou.
O MP demandou explicações da Polícia Militar. O órgão afirmou que a corporação foi acionada para dar detalhes da abordagem e mostrar a identidade dos agentes envolvidos.
A presidente do Partido dos Trabalhadores, Kátia Maria, se manifestou em relação ao caso.
"As imagens mostram cenas de racismo e violência política juntas. Ambas configuram crime e foram cometidas pelo Estado, o que é mais grave ainda. Não vamos permitir intimidação, perseguição política e policial aos apoiadores do Lula em Goiás (...) Exigimos do Governador Ronaldo Caiado a apuração imediata do caso, a punição dos culpados e a orientação da corporação para que novos casos como esses não se repitam em Goiás."
O PT orientou também orientou sua assessoria jurídica para acionar a corregedoria da PM de Goiás e da Guarda Municipal de Novo Gama.
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