Muitos os chamam de Boiadeiros, Cavaleiros, Peão, Laçador, não importa a nomenclatura, pois para os apaixonados por esse grande esporte equestre tem se tornado para muitos uma pratica diária, dentro das grandes arenas. O TEAM ROPING como é conhecido no país, é um dos esportes equestres mais populares do mundo tem milhares de fãs, um número alto de adeptos e interessantes premiações em provas. Essa modalidade genuinamente feita em equipe no rodeio profissional nasceu em fazendas no Velho Oeste americano.
Existem várias modalidades desse esporte, dentre elas podemos citar: laço em dupla, laço comprido, laço individual, rédeas, tambor, vaquejada, apartação, corridas entre outros. Do mesmo modo que a maioria dos outros esportes, a história do Laço em Dupla derivou das práticas diárias do campo nos anos 1800. Para tratar com segurança um membro ferido do rebanho ou marcar bezerros. Dessa forma, esse cotidiano se tornou um esporte mundialmente famoso.
Hoje, o Laço em Dupla é uma modalidade que requer sintonia e coordenação de dois laçadores e seus cavalos. Popular mesmo é a prova ao cronômetro, onde o que vale é o menor tempo. Contudo, as provas técnicas crescem a cada ano, especialmente nos eventos reservados para raças.
Como funciona a modalidade?
A fim de executar com perfeição essa prova, os dois laçadores, cabeceiro e peseiro, devem ter sintonia. Não só eles, mas também seus cavalos bem treinados ficam atentos nos movimentos um dos outros. A maior parte dos eventos de Laço em Dupla tem o tempo como mandante dos resultados (é uma prova cronometrada). Semelhantes a outras categorias, só que com regras particulares.
O cronometro é acionado ao sinal do cabeceiro. O boi leva a vantagem de partir primeiro, mas logo em seguida os conjuntos disparam do brete. A corrida é válida se o cabeceiro laçar os dois chifres ou o pescoço ou meia-cabeça; e o peseiro as duas patas traseiras. Contudo, há penalidades acrescidas ao tempo final.
O cavalo de cabeça tem que partir do brete sem antecipar a barreira eletrônica que colocada (antigamente a barreira era de corda). Em resumo, se ele romper sua barreira antes da do boi, tem penalidade de dez segundos.
Quando o cronometro para o tempo é aferido. E a laçada deve ser validada pelo juiz. Ele baixa uma bandeira para sinalizar que está tudo ok. Para parar o cronometro, os dois cowboys devem estar em linha reta, um de frente para o outro, e sem folga em nenhuma das cordas.
O Diário da Manhã foi em busca desse esporte famoso que tem alcançado inúmeros apaixonados por cavalos.
O socio/proprietário, Marlus Rodrigo Sales, do haras MRS RANCH, com duas unidades, uma localizada em Bela Vista de Goiás, e a outra em São Miguel do Passa Quatro. Que nos conta como deu início por esse esporte.
“Minha paixão por cavalos surgiu em 2017, quando adquiri meu primeiro animal. Na época eu não sabia nem laçar, mas gostava muito de participar das cavalgadas que tinha na nossa região. Não é um ramo de atividade muito fácil, pois o cavalo necessita de muitos cuidados, me recordo que no início eu errei muito, mas foram erros que me fizeram amadurecer", afirma.
"Já a paixão pelo esporte (laço em dupla) surgiu quase três anos depois quando começamos a promover alguns cursos no rancho, trazendo vários professores/atletas com grande referência no esporte. Hoje possuímos uma equipe (EQUIPE MRS RANCH) e estamos sempre competindo em várias provas tanto no cenário regional, quanto o nacional, com várias conquistas alcançadas ao longo dos últimos quatro anos” conta.
Marlus Sales, que recentemente foi campeão, conta dicas de como se tornar um bom laçador.
“Uma série de outros fatores são importantes para galgar um lugar no pódio e o principal deles são os cuidados com os nossos cavalos, os nossos atletas, que como já disse em linhas pretéritas, são prioridades pra nós. Portanto, uma dieta balanceada, cuidados com o ferrageamento, um bom treinamento e condicionamento dos animais, uma boiada sadia para os treinos, uma pista bem estrutura, equipamentos de primeira e colaboradores comprometidos com nossos objetivos são fatores essenciais para um bom desempenho nas provas” diz.
Marlus Sales, explica como são realizados os preparos dos cavalos antes de iniciar a prova.
“Para nós, que somos amantes das provas equestres a principal preocupação é com o bem estar dos nossos animais, como por exemplo, boa infraestrutura de pistas, bom transporte e alojamento de animais, uma dieta balanceada, além de cuidados veterinários para com a saúde e bem-estar dos animais. Quando eu digo dos animais, não são apenas os cavalos, mas também a boiada que é utilizada nas provas", afirma
Marlus ressaltou alguns protocolos que são exigidos para a participação nas provas, que são:
I. proceder a um manejo condizente com a espécie animal;
II. possuir conhecimentos e práticas comprovadas no manejo de animais;
III. assegurar que a estrutura, os equipamentos e as instalações, sejam
apropriados e adequados para salvaguardar o bem-estar e a sanidade dos
animais;
IV. transportar os animais em veículos e em condições adequadas para a
espécie;
V. Possuir qualidades técnicas condizentes com as exigências de cada
modalidade de competição, seja ela cronometrada ou de julgamento subjetivo,
de modo a denotar a cultura equestre no seu mais alto nível;
VI. zelar pelo bem-estar animal durante a realização da prova ou evento,
coibindo qualquer conduta agressiva com os animais;
VII. A proteção e integridade física dos animais compreenderão todas as
etapas, desde o transporte dos locais de origem ao destino, o ingresso, o
recebimento, as acomodações, o trato, o manejo, a montaria e o regresso;
VIII. Em todas as etapas de preparação e apresentação dos animais para
competição,
o bem-estar do animal deve estar acima de todas as outras exigências;
IX. Cabe ao responsável pela realização do evento, manter às suas expensas,
durante a realização do mesmo, médico veterinário habilitado, ao qual estará
afeta a responsabilidade do acompanhamento das condições físicas e
sanitárias dos animais participantes;
X. Os cavalos devem estar com escore corporal adequado e saudáveis para
serem autorizados a competir;
XI. Todo gado deverá estar com escore corporal adequado, saudável e
apropriado para o uso intencionado” explica.
Marlus Sales, conta o tamanho ideal para uma pista de laço (arena), e suas diferenças.
“Essa modalidade de laço em dupla (Team Roping) é realizada numa pista de areia de 90m de comprimento por 40m de largura em que os competidores – em duplas – devem laçar um boi com aproximadamente 200 kg. O que percebo no dia a dia, é que visando o treinamento dos cavalos, quanto maior a pista, melhor é para a execução desse treinamento” diz.
Para finalizar Marlus Sales, conta sobre as técnicas usadas, para encaixar o laço em tempo preciso em sincronização e também sobre os equipamentos utilizados tanto para o cavalo, quanto para o laçador em dias de campeonato.
Cabeceiro - a mira do cabeceiro precisa estar no cupim do boi;
Peseiro - a mira do peseiro estar diretamente ligada ao pulo do boi. Mas aqui poderíamos tecer muitas laudas, explicando essas técnicas Detalhadamente.
Já sobre os equipamentos:
Cavalo - embocadura, gamarra, caneleiras de proteção, manta,sobremanta e sela (isso durante a prova)
Competidor - bota, chapéu/boné, camisa, luva, espora, laço/corda. E muito preparo físico de ambos. Essas provas podem durar um dia Inteiro” finaliza.