Artista indígena defende campanha ‘índio não é fantasia’
Diário da Manhã
Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 16:52 | Atualizado há 7 anos
Em vídeo publicado nas redes sociais, a ativista e artista indígena Katú Mirim lançou uma campanha: ‘índio não é fantasia’. O discurso questiona o uso de cocar, pinturas e roupas com penas por foliões na época do carnaval. A mulher pede ainda reflexão acerca do tema.
“Usar fantasia de índio é racismo porque discrimina nossa raça, reforça estereótipos, a hipersexualização da mulher indígena. O movimento indígena sempre sofreu com a invisibilização. Nós não somos uma fantasia. Pessoas não são fantasia, nossa cultura não é fantasia. Ela existe, nós existimos”, disse.
O vídeo que já foi visto mais de dois milhões de vezes dividiu opiniões. Segundo a mulher, alguns apoiam, mas outros atacam. “Algumas pessoas estão refletindo, mas 98% dos comentários são racistas”, afirmou.
Em seu perfil no Facebook, a artista luta ativamente contra as fantasias. “Cocar não é seu acessório de modinha, cocar é sagrado, é resistência. O Brasil é indígena e nós queremos respeito!”, escreveu em uma publicação.
Nos comentários uma usuária aprovou a campanha. “Todo apoio, Kim! Fale e fale alto, ninguém pode te calar. A cultura indígena é resistência, os adereços usados são história e a pintura tradição. Tem significado e simbologia, mais do que respeitar é preciso valorizar e garantir o viver indígena!”, escreveu.
“Racismo? Desde quando usar uma fantasia indígena nos dias de hoje demonstra que a pessoa usando ou a cultura ao redor dela que a permite usar considera indígenas como inferiores? Se quer fazer uma crítica beleza, mas não precisa chamar algo do que não é”, comentou outro.