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8 de janeiro

Caiado relembra atos de vandalismo e reafirma defesa da democracia

Goiano foi o primeiro governador a se manifestar em defesa do estado democrático de direito e em repúdio aos ataques aos prédios dos Três Poderes

Ronaldo Caiado, ao lado de Mauro Mendes, Eduardo Leite e Tarcísio de Freitas: apoio ao regime democrático Ronaldo Caiado, ao lado de Mauro Mendes, Eduardo Leite e Tarcísio de Freitas: apoio ao regime democrático

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil), em postagem nas suas redes sociais, relembrou o episódio que marcou a história do Brasil e que se constituiu num dos mais graves atentados à democracia no país. O episódio ocorrido no dia 8 de janeiro do ano passado, quando uma turba simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas eleições presidenciais de 2022, marchou contra os prédios dos Três Poderes, em Brasília, e promoveu grande destruição do patrimônio público, completa um ano nesta segunda-feira (8/1).

Na oportunidade, ainda em repouso em decorrência de uma cirurgia no coração, realizada nos últimos dias de 2022, Caiado lembrou que deixou o hospital e voltou às pressas a Goiás para comandar de perto o trabalho das forças de segurança do Estado, a fim de ajudar a coibir os atos de vandalismo ocorridos em Brasília.

“Fui o primeiro governador a manifestar contra o ataque aos Poderes constituídos e disponibilizar apoio para ajudar a pacificar a situação”, recordou Caiado. Na mesma postagem, o governador goiano lembrou seu histórico político em respeito à democracia e aos resultados das urnas. “Tenho um histórico de posições políticas claras, seja no Executivo ou no Legislativo. E o valor que considero mais fundamental é o respeito à democracia e às urnas. Que, aliás, chamo de Vossa Excelência, porque é a expressão da vontade popular”, pontuou.

De acordo com Caiado, “o debate e a discordância são parte do regime político brasileiro, mas a baderna não. É com respeito à democracia que vamos fazer nosso País crescer”, entende o governador de Goiás, hoje o chefe de executivo estadual mais bem avaliado do Brasil.

Reconhecimento

O próprio presidente Lula, em reunião que teve com os governadores em Brasília, no fim de janeiro do ano passado, fez um agradecimento público ao governador Ronaldo Caiado pelas atitudes tomadas em defesa do estado democrático de direito e as ações que impediram que mais golpistas chegassem a Brasília.

Segundo o governo Lula, Caiado teve um papel fundamental em ações para bloquear ônibus que estavam se deslocando para Brasília, evitando que mais vândalos e terroristas chegassem à Praça dos Três Poderes. “O presidente fez esse agradecimento especial ao governador Caiado, que colocou seu batalhão especial em bloqueios nas estradas que dão acesso ao DF, além de ceder contingente para as forças de segurança”, disse, à época, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha.

De acordo com entrevistas concedidas recentemente, e que integram documentários sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse que o temor das instituições, naquele momento que a democracia brasileira era atacada, era de que pudesse haver a leniência de governadores aos atos antidemocráticos, o que, inevitavelmente, levaria a uma reação em cadeia que culminaria no sucesso do golpe.

Por isso, a atitude do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que rechaçou de pronto os atentados à democracia, foi tão importante para o sucesso da resistência democrática.

Logo na tarde daquele fatídico domingo, Ronaldo Caiado se manifestou nas redes sociais contra o ataque às instituições e disse que a “democracia não poderia ser posta à prova a cada resultado eleitoral, por aqueles descontentes com o resultado das urnas”. O governador goiano ratificou, também, que não existiria a mínima justificativa para àqueles atos antidemocráticos. “Não podem ser considerados patriotas aqueles que atentam contra o estado democrático de direito e se voltam contra sua própria Nação”, frisou na oportunidade.

Mais tarde, por volta das 22 horas de 8 de janeiro de 2022, o governador de Goiás determinou que a Secretaria de Segurança Pública do Estado realizasse o reforço do policiamento nas rodovias estaduais que dão acesso ao Distrito Federal e colocasse em alerta as tropas da Polícia Militar na região do Entorno do DF.

Lula agradece governador goiano por apoio durante atos golpistas

Durante reunião com os governadores, em 27 de janeiro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um agradecimento especial ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), por bloquear ônibus que continham bolsonaristas golpistas nas divisas entre o estado e o Distrito Federal.

Caiado era apoiador de Jair Bolsonaro (PL), mas repudiou os atos antidemocráticos que ocorreram no dia 8 de janeiro. Bolsonaristas golpistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.

Durante a reunião, Caiado ressaltou a importância de romper o “ciclo da pobreza”. Depois da sua fala, o presidente pediu a palavra para agradecê-lo pelas ações tomadas contra os golpistas. Lula defendeu que Caiado prestou “apoio e suporte” durante um momento tão difícil para a democracia.

Na reunião, Caiado levou três pautas para discutir com o presidente. Foram elas: a construção do Hospital estadual de câncer de Barretos; a melhoria do transporte público entre Goiás e o Distrito Federal; e a agricultura familiar de frutas no Vão do Paranã.

O presidente afirmou que não haverá nenhum veto de sua parte a qualquer governador que queira conversar. “A reunião que está acontecendo hoje é para estabelecermos uma nova relação entre os entes federados, tentar trazer o Brasil de volta à normalidade, onde se queixar e reivindicar não é proibido”, destacou. O presidente também anunciou a construção de salas dos prefeitos na Casa Civil e na Caixa Econômica, “para que os prefeitos do interior possam ser recebidos e bem atendidos para apresentarem projetos e pedirem recursos”.

“A democracia é um valor inegociável. Somente por meio do diálogo que ela favorece poderemos priorizar um crescimento econômico com redução das nossas desigualdades e das mazelas sociais que hoje impõem sofrimento e desesperança para uma parcela significativa da população brasileira”, destaca a carta assinada pelo presidente Lula e pelos governadores.

Segundo o documento, o encontro ratificou o desejo de que o “pacto federativo funcione em um ambiente cooperativo e eficiente”. A carta também anuncia a criação de um Conselho de Federação, com representantes da União, dos Estados e dos municípios para definir uma “agenda permanente de diálogo pactuação em torno de temas definidos como prioritários pelos entes federados”.

Conselho da Federação

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou a criação do Conselho da Federação, formado pelos governadores e o presidente Lula.

De acordo com ele, o conselho terá a missão de tratar agendas comuns entre o governo, o estado e também municípios. “Será instalado conselho permanente da federação como instrumento único e inovador para discutir agendas comuns, para construir conjunto de ações, como de combate à fome, desafios do acesso à saúde, recuperação de aprendizagem, de estruturas de proteção ambiental e ambiente econômico seguro, com previsibilidade para quem quiser investir no país, e conduzir reposicionamento do país no mundo”, afirmou o ministro.

O grupo, intitulado Conselho da Federação, será composto da seguinte forma: governo federal será representado por Lula, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e por Alexandre Padilha; seis participantes representarão os governadores; seis participantes representarão as entidades nacionais de municípios: a Frente Nacional de Prefeitos, a Confederação Nacional dos Municípios e a Associação Brasileira de Municípios.

Os governadores e os consórcios terão um prazo entre 3 e 10 de fevereiro para apresentar à gestão federal seus projetos prioritários de obras estruturantes. A primeira diretriz é retomar obras paralisadas. Segundo Padilha, são mais de 10 mil casos. A partir de 13 de fevereiro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, conduzirá reuniões com cada governador.

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