Home / Cotidiano

COTIDIANO

Caiado volta a criticar reforma tributária: “Sonegação vai ser incontida”

Governador de Goiás vê o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) como modelo de “um teórico que conhece pouco a realidade” das diferentes regiões do país

Ronaldo Caiado: falta diálogo do Governo Lula com os governadores Ronaldo Caiado: falta diálogo do Governo Lula com os governadores

Uma das principais vozes críticas ao desenho de reforma tributária sobre o consumo em discussão entre governo federal e Congresso Nacional, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou, nesta segunda-feira (12), que a implementação do (IBS) − tributo que substituirá 3 impostos estaduais e municipais − provocará uma “sonegação incontida” país afora.

“A CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços, parte da reforma que trata de tributos federais) não tem nenhuma dificuldade [de implementação]”, afirmou durante a segunda edição do Warren Institutional Day, realizado no Hotel Unique, em São Paulo (SP).

“No IBS, é um teórico que conhece pouco a realidade, a vida como ela é. A vida como ela é, no momento em que votarem 30% de IVA… A sonegação vai ser incontida. Isso vai ser uma realidade”, projetou. “Vocês têm que imaginar a cultura do cidadão. Sou obrigado a fazer programa de prêmio para quem pega nota fiscal. Imagine com uma alíquota de 30% [com o IVA dual]“, disse.

Período de transição

Para Caiado, uma das virtudes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para garantir a aprovação do novo sistema tributário foi desenhar um longo período de transição, com boa parte dos efeitos sobre estados e municípios sendo sentidos apenas na próxima década. “Como eles jogaram para frente, a maioria [dos governadores e prefeitos em exercício] diz o seguinte: pra que vou comprar briga com o governo federal?”, observou o governador de Goiás. Caiado é um dos possíveis herdeiros do espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cotado para disputar as próximas eleições presidenciais como nome da direita.

Em meados de julho, ele criticou a reforma por centralizar a arrecadação e distribuição dos impostos em Brasília, afirmando que é necessário um “compartilhamento do poder”. Ele, que é candidato à sucessão presidencial em 2026, disse que vai mostrar que a “democracia exige que as pessoas tenham compartilhamento do poder para desenvolver um país que hoje caminha para o atraso”.

A intenção de Caiado de disputar a presidência em 2026 não é nova e já vem sendo ventilada desde o final do ano passado. Ao longo do primeiro semestre deste ano, ele confirmou várias vezes que pretende participar e que é o principal nome do União Brasil para a disputa.

Além das críticas à reforma tributária, Caiado também apontou problemas no sistema de emendas parlamentares impositivas, que têm ocupado uma fatia crescente do Orçamento Público. De acordo com ele, “o fator determinante e que está destruindo o parlamento hoje é exatamente esse nível de abrangência de emendas impositivas, sejam elas individuais, de comissão, de bancada. Você está deformando a cultura do parlamento”.

Durante o evento, Caiado também criticou o instrumento das emendas parlamentares impositivas, que abocanham fatia cada vez maior do Orçamento Público. “O fator determinante e que está destruindo o parlamento hoje é exatamente esse nível de abrangência de emendas impositivas, sejam elas individuais, de comissão, de bancada. Você está deformando a cultura do parlamento”, declarou.

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias