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Coach "red pill" ou líder religioso? André Valadão ataca população LGBTI+ durante palestra

Líder da Igreja Batista da Lagoinha em Orlando afirma que o mês do Orgulho deve gerar repulsa

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Famoso por seus posicionamentos controversos envolvendo assuntos sociais, o Pastor André Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha em Orlando (EUA) se viu envolto em mais uma trama polêmica, desta vez através de uma palestra proferida no último domingo, 04. Durante seu discurso transmitido pelo youtube, o pastor afirmou que “Deus odeia o orgulho” fazendo clara alusão ao mês em que se celebra o orgulho LGBTI+.

Sob um palco com fundo escuro, com letras pintadas nas cores do arco íris, Valadão misturou conceitos políticos e religiosos para confrontar a história de luta da população sexodiversa, transformando o que deveria ser um culto em algo semelhante a uma palestra “coach” no estilo “red pill”. O pastor afirma que este mês “é o mês que Deus mais repugna na humanidade”.

“Uma das palavras mais difíceis para Deus é orgulho. Deus odeia, Ele repugna qualquer atitude de orgulho. Só o uso da palavra orgulho Deus já condena. Qualquer movimento ou ação na nossa vida que carrega o termo orgulho, Deus abomina. Porque Deus não está com quem se orgulha, mas com quem se humilha. O mês do orgulho eu considero ser o mês que Deus mais repugna na humanidade porque só a expressão orgulho é a expressão que mais provoca e irrita Deus. E Deus condena. Deus não está com os orgulhosos, mas sim com os humildes” afirmou

Não é a primeira vez que André apresenta críticas a população LGBTI, sua cruzada anti-diversidade não começou ontem, no entanto, fato que chama atenção é a existência de um coletivo de acolhimento para pessoas LGBTI+ dentro da estrutura da Igreja Batista da Lagoinha, o “Movimento Cores”. O movimento realiza reuniões semanais e atua constantemente em publicações nas redes sociais.

A publicação do pastor provocou revolta de movimentos organizados da sociedade civil, e até mesmo de parlamentares que representam os direitos da comunidade. Em resposta ao ocorrido Deputada Federal Érika Hilton (PSOL/SP) apresentou denúncia ao Ministério Público Federal, evocando as decisões emanadas do Supremo Tribunal Federal (STF) e solicitando que o conteúdo seja retirado das redes onde foi divulgado, considerando o “evidente caráter criminoso de seu conteúdo”.


		Coach "red pill" ou líder religioso? André Valadão ataca população LGBTI+ durante palestra
Reprodução Redes Sociais

Valadão "incorreu na conduta criminosa tipificada no artigo 20 da Lei 7.716/89, relativamente à conduta de praticar e de incitar o preconceito e a discriminação homotransfóbica [...] No que diz respeito ao conteúdo da pregação, o representado busca associar as vivências das pessoas da comunidade LGBTQIA+ a um comportamento 'desviante', 'contrário às leis divinas' e, portanto, algo a ser rechaçado e odiado" afirma a parlamentar.

Por meio de nota, a parlamentar paulista rechaçou mais uma vez o comportamento de Valadão, justificando que não permitirá que passem impunes as falas do pastor.

"Andre Valadão historicamente busca projeção pessoal criando polêmicas e destilando violência lgbtfóbica, em especial em datas comemorativas da comunidade". "Não permitiremos que suas falas passem impunes. Deus não odeia o orgulho. Quem odeia a diversidade são os farsantes e mercadores da fé, que não perdem a oportunidade de pregar o ódio contra populações vulneráveis, espalhando desinformação e estereótipos" finalizou.

O mês de junho é reconhecido mundialmente pela população LGBTI+ em memória ao ocorrido no dia 28 de junho de 1969, quando frequentadores do "Stonewall Inn" se rebelaram contra as ações humilhantes da polícia local, fato que provocou uma série de confrontos e manifestações no bairro de Greenwich Village, em Nova York 2. Esta rebelião ficou conhecida como o marco zero do movimento contemporâneo pelos direitos humanos da população LGBTI+.


		Coach "red pill" ou líder religioso? André Valadão ataca população LGBTI+ durante palestra
Reprodução Redes Sociais


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