O Aterro Sanitário Ouro Verde, situado em Padre Bernardo (GO), está sob investigação do Ministério Público de Goiás (MPGO) e do Ministério Público Federal (MPF) devido a graves denúncias de danos ambientais.
Desde sua inauguração, há cerca de seis anos, o aterro tem sido alvo de críticas por supostos vazamentos de chorume e contaminação de recursos hídricos e fauna local.
Em 2024, uma visita técnica realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Universidade de Brasília (UnB) coletou amostras para análise. Os resultados iniciais apontaram que o aterro poderia estar contribuindo para a degradação do Córrego Santa Bárbara e de outras fontes de água na região.
A empresa responsável pelo aterro nega as acusações, alegando que não existem provas concretas de sua responsabilidade pelos impactos ambientais. No entanto, o MPGO acompanha o caso desde 2016, quando o aterro começou a operar sem as devidas licenças e estudos ambientais.
O aterro ocupa uma área de mais de 10 hectares, localizada em uma zona de conservação da Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Descoberto, que é crucial para o abastecimento de água da capital federal. Em 2018, a Justiça chegou a embargar as atividades do aterro, mas a empresa conseguiu reverter a decisão em segunda instância, permitindo sua continuidade sem licença ambiental.
Durante uma vistoria, o MP constatou vazamentos de chorume no solo, que contribuíram para a contaminação do córrego.
Atualmente, o processo judicial está na fase pericial, e o ICMBio planeja solicitar uma prorrogação para coletar mais amostras durante o período chuvoso. Com isso, espera-se esclarecer a responsabilidade do aterro pelos impactos ambientais e garantir a proteção dos recursos hídricos da região.