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Defesa diz que réu por morte de petista em Foz do Iguaçu tem sequelas e não lembra dia do crime

Jorge Guaranho, acusado de matar o guarda municipal petista Marcelo Arruda em 2022, afirmou nesta quarta-feira (12) que o réu não se lembra da época do crime

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A defesa do ex-policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, acusado de matar o guarda municipal petista Marcelo Arruda em 2022 em Foz do Iguaçu (PR), afirmou nesta quarta-feira (12) que o réu não se lembra da época do crime, em função das sequelas que sofreu na data.

"O Jorge não lembra absolutamente nada daquele dia. Isso tem que deixar claro. Tudo que ele sabe é o que foi reportado a ele pelo estudo do processo", disse um dos advogados de defesa, Samir Mattar Assad, em entrevista à imprensa nesta quarta, em frente ao Tribunal do Júri, em Curitiba, onde ocorre o julgamento de Guaranho desde terça-feira (11).

"Ele sofreu pancadas e disparos de arma de fogo. Ele tem projétil alojado no cérebro. Tem sequelas irreversíveis de caráter neurológica e cognitiva", continuou Assad.

Em julho de 2022, após alvejar Marcelo, Guaranho também foi alvo de tiros e, caído no chão, ainda levou chutes. Guaranho invadiu a festa de comemoração dos 50 anos de Marcelo. A festa era temática, com símbolos do PT, sigla de Marcelo.

Guaranho está em prisão domiciliar desde o final do ano passado e chegou ao tribunal utilizando muletas, por volta das 8h30 desta quarta. Ele não quis dar declarações à imprensa.

O advogado não quis antecipar se Guaranho pretende responder às perguntas no júri. A estimativa dos advogados é que a sentença saia nesta quinta-feira (13).

Ele está sendo acusado por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil (divergência política) e perigo comum (tiros disparados em um ambiente com outras pessoas).

O júri de Guaranho começou na terça pela manhã, quando quatro pessoas, entre testemunhas e informantes, foram ouvidas. O primeiro depoimento foi da policial civil Pamela Silva, companheira de Marcelo.

A estratégia da defesa de Guaranho até aqui tem sido afastar a qualificadora relacionada à motivação política, o que tem sido rebatido pela acusação.

"O motivo que levou o Guaranho até a festa do Marcelo não foi outro. Foi político. Porque nós não conhecíamos este cidadão. Se não foi político, gostaríamos de saber o que ele foi fazer lá, então. Ele podia responder", afirmou Pamela, em entrevista à imprensa nesta quarta.

O primeiro a depor nesta quarta é um amigo de Marcelo e tio de Pamela, Edemir Alexandre Riquelme Gonsalves. "A decoração da festa não tinha intenção de ofender ninguém. Era uma brincadeira, uma coisa cômica. No local, tinham pessoas de opções partidárias diferentes. Tinham eleitores de Bolsonaro na festa também, como eu", diz ele.

"Mas é minha opção partidária e nunca interferiu na nossa amizade. Era um amigo meu. Ele fez a festa para um grupo fechado. Eram só amigos e família. É a mesma coisa de ir na casa de um amigo palmeirense e ser são-paulino. Em hipótese alguma me senti ofendido. Tudo corria bem. Estávamos todos felizes. Ele estava feliz da vida", conta Edemir.

Ele confirma que ninguém conhecia Jorge Guaranho e que, num primeiro momento, quando ouviu o réu gritar "aqui é Bolsonaro", chegou a pensar que era uma brincadeira.

"Quem em sã consciência tem audácia de descer do carro, ver um distintivo [da policial civil Pamela Silva] e atirar mesmo assim? Um cidadão normal ia baixar a arma. Jamais imaginava que ele iria atirar. Era alguém procurando encrenca mesmo", relata Edemir.

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