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Entre o agora e o futuro

“A diferença entre um político e um estadista é que esse pensa nas próximas eleições, enquanto o outro apenas nas próximas gerações”, Winston Churchill

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“A diferença entre um político e um estadista é que esse pensa nas próximas eleições, enquanto o outro apenas nas próximas gerações”, Winston Churchill.

A frase do ex-primeiro-ministro inglês destila uma sabedoria singular e sempre atual para que homens públicos façam dela um mantra ao planejarem suas ações. Sir Winston Churchill era um desses homens livres e de bons costumes que não se quedou resignado à tirania, ao contrário, lutou bravamente contra ela e um dos principais líderes da frente aliada para derrotar Hitler.

Churchill sabia como poucos usar a arte da articulação política para fazer sobressair suas ideias e colocar em prática o que planejava. Tinha a capacidade de contornar crises, flexibilizar intenções e compor interesses.

Saindo do campo histórico ouso chamar ao debate o deputado estadual Bruno Peixoto, presidente do Parlamento goiano. A ousadia é um viés alternativo porque sei da formação democrática de Bruno e do seu compromisso para com o futuro político de Goiás.

Eu o conheço desde que era vereador em Goiânia e o acompanho como deputado estadual. Posso afiançar que é um político de brilho ímpar, capacidade de gestão admirável e faro para a articulação como poucos. Por isso angariou a confiança de seus pares para presidir a Assembleia Legislativa por dois mandatos consecutivos.

Sem dúvida Bruno Peixoto reúne os predicados para ser candidato, para vencer as eleições e para ser prefeito de Goiânia. Sobre sua capacidade não pairam dúvidas e sobre a musculatura política para disputar em pé de igualdade.

Todavia, há outros ingredientes que ele precisa aceitar e saber transigir. Bruno Peixoto está na ascendente da parábola política, em plena construção de um futuro altamente promissor, condições de alçar cargos muito mais altos. Tem 49 anos de idade, o que permite dizer que ainda tem no mínimo duas décadas de atuação política pela frente.

Chamo a atenção para colocar sob o olhar acurado de raposas políticas que gravitam em torno do deputado Bruno Peixoto a necessidade de uma revisão de postura e redirecionar a força para a composição. Vou citar três razões que considero essenciais para o deputado repensar sua pretensa candidatura a prefeito de Goiânia.

A primeira é que a liderança maior da política de Goiás abriu o leque para outra candidatura que vista o figurino de gestor experimentado no Executivo e unifique a base aliada do governo. O governador Ronaldo Caiado tem buscado mostrar que é preciso construir uma candidatura que promova a coesão e preencha alguns requisitos essenciais para ser o prefeito apoiado pelo Governo de Goiás. Assim sendo não se discute a liderança do governador e a orientação que ele considere viável para gerir Goiânia.

A segunda observação é quanto ao momento político. Bruno já percebeu que não basta ter presença junto ao eleitorado de Goiânia e ser conhecido nem ter fatura eleitoral na capital, valores que ele reúne grandemente. Muito menos ter apoio de uma grande frente de deputados estaduais e vereadores que cerrem fileiras a ele na frente pela candidatura a prefeito. É preciso mais: tem que ser observador astuto para saber que não se enfrenta um obstáculo, ao contrário, como um rio à procura do mar deve-se contornar o rochedo, seguir em frente e alcançar o objetivo adiante.

A terceira e talvez mais nevrálgica posição no xadrez político a considerar é que o momento para Goiás é de unificação de todas as forças políticas, convergindo pensamentos, sentimentos e ações para um objetivo pouquíssimas vezes vislumbrado. Goiás tem reais condições de ter um político disputando eleições para a Presidência da República em 2026 e todos os processos políticos devem ter como foco principal o fortalecimento de Ronaldo Caiado como aspirante ao Palácio do Planalto com verdadeiras condições de disputa e de vitória.

Então, a liderança para a escolha do candidato da base aliada a prefeito de Goiânia deve necessariamente passar pela validação do governador Ronaldo Caiado, sob pena de restar questionada sua capacidade de liderar em seu próprio estado e vermos esvaírem as chances de um goiano no Planalto. Ninguém é forte na Corte se não for forte na província.

Bruno Peixoto deve ter a sabedoria dos estadistas e a disciplina dos políticos vitoriosos para saber o momento certo de voltar ao cenário com força total para ser prefeito da capital e não melindrar seu futuro político com uma postura inflexível, sectária e pouco convergente de insistir na candidatura ao Paço Municipal em 2024. O jovem deputado vai provar ser maduro para todos os cargos no futuro na medida que souber a hora de recuar e avançar para não perder território.

Hélmiton Prateado é jornalista

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