Com a chegada do fim de ano, chega com ele também as promoções e liquidações de estoques, lojas e empresas, investem em fazer diversificados eventos para atrair o consumidor com o "espírito natalino e ano novo". Mas isso pode passar dos limites e gerar uma forma de consumir exagerada e sem necessidade, do qual leva muitas pessoas a se endividarem.
João Vitor Barrêto, estudante e trabalhador de 24 anos, afirma que já se endividou nessa época do ano, por comprar coisas além do necessário. "Quando o fim de ano chega, o consumismo aumenta muito, muitas vezes já me vi e vi outras pessoas deixando se levar por essa época do ano, pelas festas, e se endividando, e quando o ano vira a alegria se torna uma tristeza, e vem a triste pergunta ' como vou pagar isso? ' percebemos que algo está errado, quando compramos algo que não precisamos, apenas por gastar, mesmo tendo em casa, adquirimos mais do que realmente precisamos", afirma João.
Natal
O Natal, tradicionalmente, é uma celebração cristã marcada pela comemoração do nascimento de Jesus Cristo. É também uma época de encontros familiares, festas, trocas de presentes e simbolismos como a árvore de Natal, presépios e decorações temáticas. Contudo, nas últimas décadas, o Natal se tornou uma das datas comerciais mais fortes do ano, sendo impulsionada pelo consumismo que rodeia a sociedade moderna.
"O fim de ano é uma época maravilhosa, é a minha época favorita do ano, ela é cheia de coisas boas, amizades, festas, alegria, confraternizações, comunhões e reuniões de família, porém as motivações boas não podem nos levar a tomar atitudes e decisões que irá nos prejudicar financeiramente. O consumismo exagerado tem feito mal a sociedade o ano todo, não só no fim de ano, e é por isso que devemos nos controlar, quando essa época do ano chega" continua João Vitor.
O consumismo natalino é evidente nas campanhas publicitárias, promoções e descontos oferecidos pelas lojas, que incentivam as pessoas a comprarem presentes, decorações e produtos específicos para o período. Esse fenômeno, embora esperado em um sistema capitalista, provoca algumas reflexões e críticas, pois muitos veem no excesso de consumo uma distorção dos valores originais da festa. Em vez de momentos de união e solidariedade, o Natal muitas vezes se transforma em uma corrida por presentes, com listas intermináveis e gastos excessivos.
Consumismo
Não há dúvidas de que vivemos em uma sociedade consumista, somos a todo tempo bombardeados com anúncios, promoções e ofertas que nos fazem acreditar na necessidade de termos determinado bem ou serviço, e que seremos pessoas mais satisfeitas dessa forma.
"Em datas festivas e principalmente no final do ano esse consumismo excessivo chega ao seu ápice e por mais que pareça positivo economicamente, pelo movimento do mercado, aumentando as vendas, isso é alcançado a que custo? Uma vez que esse consumismo incentiva o gasto desordenado, causando um descontrole financeiro e altos índices de inadimplência, sem falar de problemas de saúde como compulsões, ansiedade e depressão" diz o estudante Raul Carvalho.
O impacto ambiental e social do consumismo natalino também é preocupante. O aumento da produção e do consumo gera maior quantidade de resíduos, embalagens plásticas e desperdício de alimentos. O alto volume de compras intensifica o ciclo de produção e consumo, o que afeta o meio ambiente e explora intensivamente recursos naturais e força de trabalho.
Tradições criadas ao longo do tempo colaboram para o consumismo nesse período
Apesar de todo consumismo exagerado que as festas de fim de ano podem gerar, se houver equilíbrio e controle na hora das compras, a época pode ser vivida com paz e alegria. "Acredito que aumenta por todo ambiente que é gerado, tanto pelo marketing como por crenças que vamos criando ao longo dos anos, desde a infância, como por exemplo natal e ano novo ' 'pedem' uma roupa nova (risos), as decorações de natal são inspiradoras, deixam a casa mais bonita e aconchegante... A sensação é de renovação, e nada melhor que coisas novas para concretizar esse sentimento! " relata a advogada Juliana Pofahl.
Saúde mental pode ser afetada
A saúde emocional também pode ser bastante afetada nessa época, pois o consumismo demasiado, gera muita ansiedade. O natal e ano novo são datas para celebrar o fim de um ciclo, e também comemorações religiosas.
Manter o cuidado e auto controle emocional na hora da compra não é uma tarefa fácil, e em situações como essas, onde pessoas podem ter dificuldade com limites e exageros, é necessário ajuda, seja profissional, de familiares ou amigos.