Um estudo conduzido pela Universidade de Valência, na Espanha, sugere que em algumas espécies, o comportamento homossexual entre machos pode ter surgido como uma maneira de diminuir a violência e a competição entre eles.
Pesquisadores observaram o comportamento homossexual em cerca de 1.500 espécies, abrangendo uma variedade de ordens no reino animal, que inclui desde insetos até primatas, desde aranhas, golfinhos e até nematóides.
Mamíferos apresentaram uma maior incidência de relações homossexuais. No decorrer dos estudos, os cientistas dividiram os mamíferos em quatro subgrupos e, durante a análise, identificaram uma relação significativa entre o comportamento sexual entre indivíduos do mesmo sexo e a criação e manutenção de vínculos sociais.
“Nosso estudo sugere que o comportamento sexual entre indivíduos do mesmo sexo exibido por mamíferos não humanos, em vez de comportamento aberrante ou desadaptativo, é uma estratégia que desempenha um papel importante na manutenção das relações sociais em ambos os sexos”, afirmou o líder da pesquisa José María Gómez, ao jornal El País.
Segundo o estudo, chimpanzés, gorilas e orangotangos exibiram alta incidência de comportamento homossexual, indicando uma possível correlação com o desenvolvimento social avançado dessas espécies.
A pesquisa abrangeu 261 espécies de mamíferos, onde cerca de 4% delas demonstraram comportamento homossexual, incluindo várias formas de interação. Não houve diferenças significativas de gênero, pois machos e fêmeas se envolveram em comportamento homossexual em muitas espécies. Isso sugere que a homossexualidade pode desempenhar um papel na conexão social em diferentes espécies.