Para muitos, parece pouco. Mas para poucos, significa muito: estamos falando de doação de sangue, cuja consicentização é comemorada em junho, que tem como objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue. Diversas instituições, hospitais e entidades de saúde se mobilizam para aumentar os estoques de sangue, fundamentais para salvar vidas e garantir tratamentos médicos contínuos.
No Brasil, assim como em muitos outros países, a escassez de sangue é um problema frequente, e os dados do ministério da saúde indicam que a quantidade de doadores ainda é insuficiente para suprir plenamente a demanda, apenas 14 em cada 100 mil habitantes doam sangue regularmente nos hemocentros do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nesse contexto, o junho vermelho desempenha um papel fundamental ao estimular a doação e suprir as necessidades dos bancos de sangue. O Diário da Manhã conversou com a gerente do ciclo de doador da Rede Hemo, Mayara Dias Leonel, que comenta sobre situação atual do Hemocentro em relação ao abastecimento de sangue para atender a demanda em Goiás.
"Atualmente a gente tem um baixo indice de doadores do tipo O-, B-, A-. A gente faz uma divulgação nas redes sociais para que pessoas com esse tipo sanguíneo venham até a unidade para que a gente mantenha o nosso estoque da maneira adequada", comenta.
Em relação aos desafios, ela comenta que o principal deles é levar o doador até a unidade e fazer com que ele seja um doador recorrente.
"No caso de homens, que venham de dois em dois meses, e a mulher de três em três meses. A gente trabalha para que eles sejam doadores de frequência, para que possamos manter os estoques nos níveis aceitáveis, no intuito de atender todas as 222 unidades do estado", explica.
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Para ser um doador de sangue, Mayara explica que basta ter entre 16 e 69 anos de idade, pesar mais de 50 kg, estar em boas condições de saúde, ter dormido bem, não ter feito o uso de bebida alcoólica na noite anterior, nem ingestão de comidas gordurosas e comparecer até a unidade com documento original com foto.
Para quem faz uso de medicamento contínuo e controlado, Mayara recomenda que este doador vá até a unidade, pois durante a triagem clínica, um questionário será realizado.
"Com isso a gente vai saber qual doença essa pessoa tem, qual medicamento ela usa, se ela pode se não pode, por quanto tempo. Com algumas medicações, não pode doar de maneira alguma. Então a gente pede que a pessoa venha até a unidade, que durante a triagem clínica a gente faça questionário, atenda da melhor maneira e saber se ela vai poder doar ou não", explica.
Benefício para todos
Tanto para quem doa, quanto para quem recebe o sangue, os benefícios são enormes, principalmente o ato de salvar vidas, como afirma Mayara.
Uma bolsa de sangue salva até quatro vidas. Porque a gente coleta a bolsa, e aí a gente vai processá-la e separar esses hemocomponentes. A bolsa será dividida entre concentrado de hemácia, plasma, plaqueta e crioprecipitado. E o benefício para quem está recebendo é inquestionável, pois é a vida dele que está sendo salva Mayara Dias Leonel
Além de pessoas com câncer e leucemia, a doação de sangue beneficia pessoas acidentadas, pessoas com dengue hemorrágica, gestantes, pessoas que tiveram algum outro tipo de sangramento. Portanto, o número de pessoas que precisa da doação vai muito além do que se imagina.
A importância do Junho Vermelho
A doação de sangue é um ato de solidariedade que salva vidas. Muitas vezes, pessoas em situações de emergência, pacientes que passam por cirurgias, vítimas de acidentes graves e indivíduos com doenças crônicas dependem do recebimento de sangue e de seus componentes para sobreviver ou melhorar sua condição de saúde."
Ao participar do Junho Vermelho e doar sangue, as pessoas contribuem para salvar vidas e ajudam a suprir as necessidades dos hospitais. Além disso, é uma oportunidade de conscientização sobre a importância da solidariedade e do engajamento social.
"A gente deve reconhecer quem tira um tempo do seu dia para fazer uma boa ação. Há esse reconecimento ao doador, mas as campanhas e eventos acontecem durante o ano todo, para incentivar o público a fazer a doação de sangue", afirma Mayara.
A gerente explica ainda que as campanhas não têm grupo definico, portanto abrangem pessoas de 16 a 69 anos de idade. Ou seja, vai desde quem está iniciando o ciclo de doação até quem esta o finalizando.
Unidade móvel e redes sociais
O Hemocentro possui Instagram e Facebook, nos quais conteúdos são postados diariamente. Há também uma unidade móvel, para que quem tem dificuldade de ir à unidade da avenida Anhanguera, possa ir até este ônibus, onde é realizada a coleta. "Nas redes sociais, informamos os dias de funcionamento, os horários, onde a unidade móvel se encontra", afirma.
A unidade móvel se encontra em um bairro diferente a cada dia, além de ir às cidades da região metropolitana, como Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade, além de Anápolis.
Por fim, Mayara deixa um recado para quem tem dúvidas sobre a doação de sangue e incentiva para que essa população salve vidas.
"Para quem tem o desejo, que tem medo, venha até a unidade, tire todas as dúvidas e poderá ver que é um processo extremamente seguro, rápido, não tem perigo algum tanto para o doador, quanto para quem recebe. Leve o documento original com foto, faça o cadastro e o mais importante: salve vidas com uma pequena boa ação, pois é um gesto de solidariedade muito importante", finaliza.
Hemocentro
A unidade da avenida Anhanguera funciona de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados das 8h às 12h. As oito unidades do interior funcionam de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h.
Hemocentro capital: Av. Anhanguera, 5195 - St. Coimbra, Goiânia
Telefone: 0800 642 0457