Ana Paula Barros, de 38 anos, relatou o desespero que sentiu ao descobrir que sua filha de 12 anos foi vítima de assédio sexual dentro da escola. Após tomar conhecimento do ocorrido, ela procurou a delegacia, o conselho tutelar e a diretora da escola, mas foi recebida com rejeição em todas as instâncias. O caso veio à tona quando Ana Paula foi flagrada em um vídeo quebrando um violão dentro da instituição.
De acordo com Ana Paula, outras oito meninas da mesma escola, o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 113 do Recanto das Emas, também afirmaram ter sofrido abusos por parte de um colega de classe. No dia em que Ana Paula compareceu à escola e registrada pelas câmeras de segurança, ela conta que o estudante teria puxado o cabelo de sua filha e tentado beijá-la. Ao tentar relatar o ocorrido a uma professora, a filha foi enviada à direção.
Segundo Ana Paula, a diretora da escola negou a acusação da filha, gritou com ela e se recusou a punir o aluno agressor. Para piorar a situação, a diretora sacudiu a menina, que contou tudo aos prantos. Outras oito alunas também relataram o mesmo ocorrido à diretora, mas não foram acolhidas. Quando Ana Paula buscou providências, a diretora se recusou a recebê-la, agravando ainda mais a situação.
Funcionárias da escola afirmaram anteriormente que Ana Paula era mãe de um aluno e teria invadido a instituição e quebrado um objeto após um desentendimento entre estudantes no dia anterior. No entanto, Ana Paula negou ter um filho matriculado na escola, afirmando que apenas sua filha foi vítima de assédio.
Ana Paula expressou sua indignação com a postura da escola diante de um caso de assédio sexual e questionou quem estaria se importando com o bem-estar mental de sua filha e das demais alunas. Ela relatou que a filha se recusa a sair do quarto e está em um estado de profunda tristeza. Mensagens de amigas da filha também demonstram tristeza pelo fato de a verdade não ter sido divulgada. Ana Paula questionou como uma mãe pode conviver com essa situação e afirmou que buscará todas as medidas legais cabíveis.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal emitiu uma nota em resposta ao caso, informando que a direção da escola e a Coordenação Regional de Ensino já estão investigando o incidente. Além disso, a Corregedoria também conduzirá um procedimento administrativo para apurar qualquer conduta irregular por parte de servidores, conforme a legislação vigente. A Secretaria reforçou seu repúdio a qualquer forma de violência e afirmou que está oferecendo suporte aos envolvidos, tanto servidores quanto estudantes.