Menina de 13 anos que comeu ovo de Páscoa morre no Maranhão
Redação DM
Publicado em 22 de abril de 2025 às 15:30 | Atualizado há 4 horas
Morreu, ao meio-dia desta terça-feira (22), a segunda vítima de um ovo de Páscoa envenenado em Imperatriz (MA). Conforme boletim médico, Evelyn Fernanda Rocha Silva, 13, teve um choque vascular refratário associado a uma falência múltipla de órgãos.
A primeira vítima do caso foi Luís Fernando, 7, irmão de Evelyn, que morreu na quinta-feira (17). Mirian Lira Rocha, 36, mãe de ambos e a quem o ovo foi endereçado, está em situação estável e consciente de acordo com o boletim do Hospital Municipal de Imperatriz. Ela deve receber alta nas próximas 72 horas.
Ainda na quinta-feira, Jordélia Pereira Barbosa, 35, foi presa sob suspeita de envenenar a família. Conforme a SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), ela é ex-namorada do atual companheiro de Mirian.
Jordélia foi capturada por uma equipe da Delegacia Regional de Santa Inês em um ônibus interurbano, na cidade de Santa Inês, onde mora.
A pasta informou que a apuração do inquérito segue, tendo sido decretada a prisão preventiva (sem prazo) da suspeita. Ela deve responder por dois homicídios consumados e uma tentativa de homicídio.
A reportagem não conseguiu falar com a defesa de Jordélia.
As investigações apontaram que a suspeita reservou estadia em um hotel da cidade apresentando um crachá falso, no qual constava um nome inventado e uma foto sua com disfarce, usando uma peruca de cor preta, segundo a polícia.
Uma troca de mensagens via celular obtida pela Polícia Civil do Maranhão mostra que, para fazer o cadastro no hotel, a suspeita disse que era uma mulher trans e que sua nova documentação ainda estava em processo. Por causa disso, ela sugeriu mostrar o crachá da empresa na qual trabalharia. No falso crachá, consta que ela atuaria na área de gastronomia.
A delegada Alanna Lima, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Imperatriz, disse à Folha de S.Paulo nesta terça-feira que Jordélia se contradisse em diversos pontos durante interrogatório.
“Ela negou ter comprado o chocolate em Imperatriz e depois confirmou que foi até a Cacau Show do shopping. Por fim, disse que mandou os chocolates para a Mirian apenas como uma gentileza.”
Segundo ela, as mensagens são mais um elemento a corroborar as suspeitas que pesam contra ela.
“Ela usou esse nome [inventado] até na ficha para se hospedar no hotel. Uma forma de dificultar a identificação dela, somada às perucas e aos vários óculos que também foram apreendidos com ela”, afirmou a delegada.
O contato com o hotel foi feito em 15 de abril e a estadia se confirmou no dia seguinte. Em 16 de abril, por volta das 19h, um mototáxi entregou o ovo de Páscoa para a família. Depois de consumir o chocolate, o menino de 7 anos morreu.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações iniciais apontam que a mulher teria agido por “ciúme e vingança”.
A Polícia Civil disse ter chegado até a suspeita após ouvir testemunhas e familiares das vítimas. Também analisou imagens de câmeras de segurança do estabelecimento comercial onde ela havia comprado o chocolate, em Imperatriz.
Foram apreendidos com a suspeita, além de óculos e perucas, restos de chocolate, remédios e bilhetes de passagens de ônibus.