Em um mundo onde as conexões humanas são tão valorizadas, o fim de um relacionamento amoroso pode ser um evento significativamente impactante. Não é apenas a separação de duas pessoas, mas também uma mudança nas dinâmicas sociais, familiares e pessoais.
Conflitos de interesses, diferenças irreconciliáveis, infidelidade, distanciamento emocional e físico são apenas algumas das razões pelas quais os relacionamentos chegam ao fim. O término de um relacionamento pode desencadear uma montanha-russa emocional, incluindo tristeza, raiva, culpa, confusão, desesperança ou até mesmo um misto dessas emoções.
A psicóloga Helana Ribeiro, especialista em perdas e lutos, afirma que "é importante destacar que cada pessoa vai passar por diferentes etapas emocionais de forma única com o termino, porque o luto é singular".
Diferente de um luto pela morte de alguém, a psicóloga explica que o término é um luto silencioso.
O fim de um relacionamento envolve a perda de sonhos, expectativas e uma parte significativa da vida que compartilhado com alguém. É um período de adaptação, de lidar com ausência, reconstruir a identidade e aprender a viver de uma maneira diferente Helana Ribeiro, psicóloga especialista em perdas e lutos
Devo manter contato com o ex?
Quando se trata de emoções, tudo fica mais difícil, pois a emoção pode entrar em conflito com a razão e uma série de fatores faz com que aquele desejo de continuar conversando com o ex-parceiro seja perrtinente, porém depende.
"A decisão de manter contato com um ex após o término depende da situação e das emoções envolvidas. Em alguns casos, manter amizade pode ser saudável, especialmente se ambos estiverem confortáveis com essa dinâmica. No entanto, se houver sentimentos não resolvidos ou se isso causar sofrimento emocional, pode ser melhor dar um tempo antes de considerar uma amizade", diz a psicóloga.
E a rotina, como fica?
Durante um relacionamento, o casal contrói uma rotina e coleciona memórias. Após a ruptura do romance, a rotina também é quebrada, o que pode desencadear em uma crise de autoestima e sensação de perda da noção de espaço e tempo.
Helana explica que "reconstruir a autoestima e a confiança após um término difícil geralmente envolve autocuidado, reflexão e paciência consigo mesmo".
Estabelecer pequenas metas, focar em atividades que façam se sentir bem, buscar apoio de amigos ou profissionais e se permitir em curar são algumas iniciativas aconselhadas pela psicóloga.
Aceitar e aprender com a experiência pode fortalecer gradualmente a autoestima. Lembre-se de que é um processo gradual, e o importante é cuidar de si mesmo ao longo desse caminho Helana Ribeiro, psicóloga especialista em perdas e lutos
Seguir em frente
Após o término, muitos indivíduos se encontram em um processo de redescoberta. Terapeutas e conselheiros de relacionamento enfatizam a importância de se permitir lamentar a perda, aprender com a experiência e, eventualmente, seguir em frente.
"Ao lidar com a solidão pós-término, é benéfico cultivar conexões sociais, mantendo contato com amigos e familiares para apoio emocional. Engajar-se em atividades prazerosas, dedicando tempo a hobbies que tragam alegria, é essencial também priorizar o autocuidado durante esse período", afirma Helana.
Por mais difícil que seja, é necessário sair do isolamento excessivo para que haja uma melhora na saúde mental. Afinal, ficar trancado em casa e se isolar no trabalho impede a interação e a superação.
A reflexão sobre a experiência do término, sem se culpar excessivamente, pode promover o entendimento e a aceitação. Estar aberto a novas experiências e construir uma mentalidade positiva para o futuro também são passos valiosos na jornada de recuperação emocional. Encontrar equilíbrio entre estar sozinho e socializar ajuda a evitar o isolamento excessivo Helana Ribeiro, psicóloga especialista em perdas e lutos
Entre um amor e outro...
Conforme a psicóloga, não existe um prazo fixo para se relacionar com alguém após terminar um relacionamento. No entanto, antes de buscar o amor em outra pessoa, é importante cuidar de si mesmo, curar as feridas emocionais e se conhecer melhor.
"Dessa forma, você estará em uma posição para construir relacionamento saudáveis", esclarece.
Cuidado com a dependência emocional
A dependência emocional é um comportamento em que uma pessoa fica dependente de outra para suprir suas necessidades emocionais, o que pode ser perigoso.
Alguns sinais comuns de dependência são necessidade de aprovação. baixa autoestima, priorização do outro, ciúmes excessivos, dificuldade em tomar decisões. Se você identifica esses sinais em si mesma ou em alguém próximo, é recomendável buscar apoio profissional Helana Ribeiro, psicóloga especialista em perdas e lutos
"Quebrar o ciclo não é fácil, mas quando acontece, é algo extremamente positivo. Afinal, quem vive a dependência sabe o quão árduo é permanecer à sombra de outra pessoa, aceitando o que não devia", finaliza.