Um dos elementos fundamentais para a sobreviência tem seu dia comemorado em 22 de março, ela é essencial para a agricultura, saneamento, hidratação, manutenção de ecossistemas, regulação climática, combate a incêndios. A água se faz indispensável em praticamente qualquer tarefa do cotidiano.
O assunto pode ser simples, mas com as mudanças climáticas vivenciadas nos últimos tempos, o cenário em relação à necessidade de água tem preocupado especialistas, que veem na data uma oportunidade para conscientizar a população sobre o uso racional e conhecimentos sobre a hidrografia.
Para celebrar a semana em que se comemora o Dia Mundial da Água, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) promoveu live, palestras e atividades de educação ambiental. A grande novidade foi o lançamento do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos de Goiás (SirhGO), que reúne dados e informações atualizados sobre a água no Estado.
O subsecretário da Semad, Jorge Werneck, presente no evento, falou sobre o cenário atual da água em Goiás. De acordo com ele, há sete bacias hidrográficas críticas no estado.
"Quando você pensa na água bruta a água disponível nos rios, há tem diferentes cenários a gente tem algumas bacias a produção hídrica, de forma geral, varia. Há regiões mais úmidas, onde há uma produção um pouco maior, como na região Sudeste do estado, e há outras reuniões que produzem menos", afirma.
Há sete bacias críticas dentro do estado em que a gente precisa fazer uma gestão mais próxima, como a locação negociada da água para ver como que iremos repartir a água entre diferentes usos que existem nas nossas bacias Jorge Werneck, subsecretário da Semad
Conforme o coordenador técnico do Plano de Bacias dos Afluentes do Paranaíba do Estado de Goiás (PBAPGO) e professor da Universidade Federal de Goiás, Klebber Formiga, o estado pode enfrentar problemas para atender às necessidades de água nos próximos dez anos.
Jorge Werneck afirma que este problema não é exclusivo de Goiás, visto que vem acontecendo ao redor do mundo. Ele ressalta que o importante é estar preparado para possíveis cenários pessimistas.
Mudanças climáticas
"Essas crises acontecem em função também das alterações que a gente tem verificado no clima, elas tendem a acontecer com a frequência. Na hidrologia e na climatologia, sabe-se que nem a pior seca e em a pior cheia não vieram. Então o que importa é que a gente esteja preparado", alega.
A gente precisa monitorar, fazer as previsões, coordenar os usos, evitar que as nossas bacias sejam é utilizadas além das suas capacidades, porque quando vem esses períodos de crise, é difícil fazer a gestão pois o nível de comprometimento já é tão grande, que você acaba tendo perdas maiores Jorge Werneck, subsecretário da Semad
A variabilidade climática é um tema de importância e preocupação tanto das autoridades, quanto da população. E, com isso, o Semad a incluiu dentro dos planejamentos.
"No sistema de abastecimento com redundância, há diferentes fontes abastecendo para que não fiquemos dependendo de uma só. Há toda uma questão de infraestrutura hídrica, no qual se enquadra a redução de perdas", diz.
Conscientização do uso da água
É neste contexto em que entra a conscientização da população, para que haja o consumo adequado de água. Visto que para garantir que haja água nas próximas décadas, é necessário saber usá-la.
"A gente está evoluindo em tecnologia e inovação, há coisas novas acontecendo para poder aumentar a disponibilidade de água ou o que a gente aproveite melhor a água, que já está disponível que já está nas torneiras.
"Quando você vai para as atividades econômicas, essas pessoas têm que estar regularizadas, têm que ter outorga e estar dentro do sistema, porque senão fica muito difícil você fazer uma gestão quando se tem coisas fora da legalidade. Isso complica ainda mais, porque às vezes você não contabiliza uma coisa ou outra. E aí você vê o rio secar e não sabe porquê", ressalta.
O subsecretário afirma ainda que, principalmente npo período de seca, se não houver uma fiscalização minuciosa e uma população que raciona água de maneira informal, as chances de faltar água são ainda maiores.
Se todos capitarem água da forma que quiser, sem nenhum controle, o risco, em alguns lugares onde já existe uma relação entre oferta e a demanda muito próximas, que tem pouca disponibilidade ou períodos em que há menor disponibilidade de água, o risco de dar problema é muito grande Jorge Werneck, subsecretário da Semad
Ao finalizar, Werneck afirma que os órgãos competentes devem estar preparados para realizar ações, desde infraestrutura, governança, modelo de financiamento, sobre como ter recursos para lidar, principalmente, nestes casos. E além disso, a conscientização e educação ambiental por parte da população, que se faz fundamental para a manutenção do bom uso da água.
"São vários fatores que nos levam a ter uma capacidade melhor de enfrentar os períodos mais difíceis", finaliza Jorge Werneck.