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Fabiano Tavares é especialista em mercado financeiro
A inflação dos alimentos em 2024 se tornou um dos grandes temas a ocupar o debate público neste princípio de 2025. A alta nos preços dos alimentos no Brasil tem causado grande preocupação, tanto para a população quanto para o governo. A razão para os preços dos alimentos estarem pesando no bolso do consumidor é multifatorial. A inflação de alimentos no Brasil foi a 4ª maior entre os países latino-americanos em 2024. A taxa atingiu 7,69% no ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O especialista em mercado financeiro, Fabiano Tavares, explica que os problemas climáticos, como secas prolongadas, calor extremo e chuvas excessivas, impactaram diretamente as safras e o manejo do gado, reduzindo a oferta de produtos no mercado. “Somado a isso, a questão do dólar alto, que faz com que produtores preferem vender seu produto para outros países e receber em dólar ao invés de vender no mercado interno, com esse combo de coisas, os alimentos sofrem um impacto grande da inflação”, explica.
Fabiano Tavares pontua que pode haver dificuldades para controlar os preços de produtos in natura e menciona a chance de repetição de problemas atrelados à seca em 2025. “A gente consegue controlar preços, talvez controlar, que eu digo, por meio de algumas medidas de produtos, semi elaborados, industrializados, mas in natura vai ser difícil por conta da questão climática”, afirma.
O especialista destaca que o câmbio impacta no preço dos alimentos, pois com o dólar forte, os produtores têm a opção de vender em dólar, e muitas vezes ao vender no mercado local. “Eles querem ser remunerados na mesma quantia de que se fossem vender para outros países”, analisa.
Produtos que mais sofreram aumento
Entre os produtos que mais sofreram com a inflação estão a carne e o café, que tiveram aumentos expressivos em 2024 e devem continuar subindo em 2025. Fabiano Tavares alerta que o impacto sobre esses itens é significativo e sugere que, diante do cenário atual, a população busque alternativas mais econômicas. “Para enfrentar essa inflação, as famílias terão de substituir alimentos mais caros por opções mais baratas, como ovos, frango e carne suína", sugere.
