Cotidiano

Prefeito de São Paulo quer não só câmeras, mas as leis da China

Redação DM

Publicado em 25 de abril de 2025 às 16:50 | Atualizado há 8 horas

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), fez nos últimos dias um giro pela China e, em Hangzhou, cidade que hoje concentra os avanços tecnológicos no país, parou para falar ao telefone, na quinta-feira (25) à noite.
“Estou num Starbucks agora para conversar contigo”, disse. “E o celular do atendente está na minha frente, em cima de um balcão. Ele está andando para lá e para cá. Isso em São Paulo não seria possível, mas aqui tem percepção de segurança.” O prefeito fez uma foto do café, a pedido. “Já tirei.”
Ele estava saindo de visitas às fábricas da Hikvision e da Dahua, empresas que fornecem câmeras de segurança para seu programa em São Paulo, o Smart Sampa.
“Ambas disseram que nenhuma cidade da América Latina tem um programa da dimensão do nosso, muito semelhante ao que eles têm aqui na China”, disse. Nunes quer mais, depois do que viu nas duas. “A gente vai encampar mais tecnologias ainda.”
Citou não só a identificação facial ampliada de eventuais criminosos, mas ações voltadas ao trânsito, como melhorar os semáforos inteligentes, enviar mais ônibus aos locais onde forem identificados mais usuários e fazer a contagem de passageiros que entram nos ônibus.
“Você tem ‘n’ possibilidades de atuação”, disse, lembrando o descarte ilegal. “A gente vai mapear e ter câmeras nos locais. O sistema identifica quando jogarem lixo, faz a leitura da placa do veículo e dá um alerta.” Listou ainda a identificação de disparos e até a “leitura de quem está dirigindo o veículo”.
De acordo com o prefeito paulistano, “com o que vai colocar mais de sistema, a gente vai deixar a cidade bastante segura”. Questionado sobre os riscos à privacidade dos cidadãos, respondeu que “isso está superado”, com a demonstração de confiabilidade alcançada.
“Foi bastante difícil convencer vocês da imprensa, da sociedade, mas vocês todos hoje veem o resultado”, respondeu. “Evidentemente, junto com a responsabilidade do nosso LGPD [referência à Lei Geral de Proteção de Dados], os protocolos rígidos de controle do uso dessas imagens.”
Acrescentou que São Paulo e o Brasil têm mais a aprender com a China, além da tecnologia, para chegar à “fundamental” percepção de segurança. “O que falta para a gente? Leis mais rígidas. Não posso deixar de falar que aqui na China você tem, por exemplo, a pena perpétua para quem é traficante.”
Na verdade, dependendo da quantidade e do tipo de drogas comercializadas, da posição no crime organizado e do vínculo com tráfico internacional, a sentença pode ir de menos de três anos à pena de morte, na China.
No giro chinês, o prefeito disse também ter encaminhado “a primeira etapa de financiamento de US$ 100 milhões” (R$ 568 milhões) com o Banco da China para trocar os ônibus a diesel por elétricos. “A gente vai escalar isso”, prometeu. “Vamos conseguir viabilizar essa situação financeira.”
Sobre ônibus elétricos, disse ter encontrado no parque tecnológico da Huawei, em Xangai, “um sistema de armazenamento de energia que não precisa ser de média e alta tensão, que armazena mesmo de baixa tensão, para poder carregar sem depender da Enel”, a concessionária.
“Eu vou implantar, eu vou me livrar da Enel”, falou.

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