Profissões do futuro
Diário da Manhã
Publicado em 28 de outubro de 2018 às 02:50 | Atualizado há 4 meses
O avanço tecnológico acelerado dos últimos anos está transformando todo o mercado de trabalho, que vem se adaptando constantemente para suprir essa demanda. Em todo o Brasil, são cerca de 250 mil vagas para cargos digitais, um setor que movimentou US$ 38 bilhões só em 2017 no país, e é com esse cenário que as profissões que mais devem bombar em 2019 são de tecnologia digital.
A procura por profissionais que se capacitarem para essa demanda é o que há de mais recente. As profissões digitais passam pelas seguintes demandas: Desenvolvimento Web Full Stack, Desenvolvimento Mobile Android, Marketing Digital, UX Disign, Gestão de Negócios Digitais, Data Science e Data Analytics, dentre outros.
“Atualmente, a cultura digital está presente em tudo o que fazemos, seja na forma de ser, pensar, agir e consumir na sociedade, até no modo como procuramos emprego, pagamos contas e encontramos parceiros amorosos. As empresas, por sua vez, também precisam se adaptar e acompanhar essa constante evolução tecnológica, por isso a carreira que mais cresce é a voltada para tecnologia”, explica Carlos Alberto Júlio, CEO de uma grande empresa digital.
Ele avalia que um dos maiores problemas que as empresas de tecnologia enfrentam para crescer é justamente a escassez de pessoas qualificadas para atuar nesse segmento.
Esse crescimento tem relação direta com alguns dados do mercado, como o investimento em publicidade digital, que aumentou 15% no Brasil no ano passado. Nesse quesito, as empresas têm priorizado profissionais especializados em Big Data, segundo dados da Content Trends. Controlar rendimentos e repercussão através de Big Data também tem ajudado muitas companhias, já que enriquece as tomadas de decisões.
É com essa nova cara que as empresas buscam estratégias que alavancam seus resultados. Quando antes estavam habituadas a trabalhar com ações offline, como panfletagem, outdoors e anúncios em revistas, agora as equipes de marketing se veem na necessidade de conquistar potenciais clientes através dos meios digitais.
“Analiticamente, para fazer parte dessa revolução é necessário não apenas conhecer os principais conceitos que se inserem em um processo de desenvolvimento de projetos digitais, mas saber como implementá-los para alterar a escala de seus negócios. A demanda é por profissionais de diversos segmentos a se adequarem à uma nova realidade cada vez mais digital”, finaliza Júlio.
Mikael Ahlström, sócio da Hyper Island, referência em inovação no mundo, explica que por trás de sua instituição está uma ideia que priorizou a tecnologia digital.
Ele exemplifica: o leitor caminha pela rua e recebe em seu celular uma mensagem do jornal preferido. “Olá, tudo bem? Há um acidente há duas quadras de onde você está. Quer nos ajudar?” O aplicativo sabe a localização do usuário e o convida a produzir e enviar fotos do acontecimento à redação, mediante remuneração de 100 dólares.
O “repórter”, o jornal e os demais leitores ganham com a cobertura instantânea da notícia postada na web. A solução, adotada por publicações da Suécia, foi criada por um grupo de estudantes da Hyper Island, escola especializada em educação profissional para mídias digitais. O aplicativo é uma amostra do trabalho da instituição sueca fundada em 1996, hoje referência internacional em inovação e um celeiro de start-ups e projetos procurados por empreendedores e multinacionais.
START-UPS
Startup significa o ato de começar algo, normalmente relacionado com companhias e empresas que estão no início de suas atividades e que buscam explorar atividades inovadoras no mercado.
Empresas start-up são jovens e buscam a inovação em qualquer área ou ramo de atividade, procurando desenvolver um modelo de negócio escalável e que seja repetível.
O termo start-up, para designar empresas recém-criadas e rentáveis, começou a ser popularizado nos anos 1990, quando houve a primeira grande “bolha da internet”. Muitos empreendedores com ideias inovadoras e promissoras, principalmente associadas à tecnologia, encontraram financiamento para os seus projetos, que se mostraram extremamente lucrativos e sustentáveis.
Naquele período, grande parte da explosão de empresas start-ups surgiu no Vale do Silício (Silicon Valley), uma região da Califórnia, Estados Unidos, de onde saíram empresas como Google, Apple Inc., Facebook, Yahoo!, Microsoft, entre outras.
Todas essas empresas são exemplos de start-ups que hoje estão fortemente solidificadas e são líderes nos seus setores de atuação no mercado.
Mikael Ahlström explica que desde 1995, quando mal existia a internet, percebeu que o mundo das tecnologias mudava rapidamente e não valia ensiná-las da maneira tradicional. No fim de um curso de dois anos, a tecnologia aprendida era obsoleta. Ele ensina que alunos a identificar e usar a melhor tecnologia disponível a cada momento.
Na escola de Mikael Ahlström, não há professores convencionais. “Os “professores” são facilitadores, não sabem nada de tecnologia digital nem estão interessados em marketing. São profissionais que acompanham a jornada de conhecimento de cada um. Muitos deles vêm do mercado, são diretores de grandes empresas e ministram aulas especiais. Ikea, General Mills, Unilever, Procter & Gamble são algumas das empresas que trabalham conosco e nos procuram porque precisam inovar”, explica.
PROFISSIONAIS
Os profissionais do futuro são designers, desenvolvedores, gerentes de projeto, analistas de mídias e de dados, entre outros, que conseguem relacionar seu conhecimento com o mercado de trabalho, para suprir demandas tecnológicas. Muitos dos profissionais do futuro têm carreiras consolidadas em setores tradicionais, em busca de um capital digital para usar em sua atividade. Todos possuem perfil de empreendedores. Antes, o sonho da maioria era trabalhar em uma grande agência com uma grande marca. Hoje, um terço diz sentir-se preparado para iniciar o próprio negócio e um em cada cinco o faz.
A publicidade foi uma das primeiras áreas a explorar o mundo digital. Mas as novas gerações têm se revelado mais empreendedoras. Hoje, a juventude respiram o ambiente digital e o mundo online, um universo intimamente ligado à força das start-ups. São empresas pequenas, com processos interativos, pouca hierarquia, que experimentam muito e avançam entre constantes tentativas e erros.
Tecnologias digitais
As tecnologias digitais são, hoje, um dos pilares centrais da sociedade. Não há mais a opção de um negócio estar fora do mundo digital. Gasta-se muito mais do tempo de compra, consumo de informação ou em diferentes processos de decisão no espaço online. E, se a empresa não sabe como seu consumidor navega nesse espaço, será praticamente impossível tornar-se relevante para ele. A questão não é a tecnologia em si, que muda constantemente. O importante é entender o usuário e seu comportamento, principalmente as mudanças nesse comportamento.
Crise econômica
Para Mikael Ahlström, uma crise é, na verdade, o que acelera a necessidade por mudança. “Quando a economia vai bem, os clientes compram de tudo. Na crise, não. Então você realmente precisa ser inteligente e muito mais eficiente para continuar a atingi-lo. Companhias de comunicação, jornais e agências foram as primeiras em busca de novos modelos de negócios. Hoje, já trabalhamos com bancos, companhias de seguro, setor imobiliário e outros. Todos têm de enfrentar a guerra digital em algum momento. As crises são como um funil, um processo de consolidação” finaliza.
Economia e internet
Antigamente, os profissionais que buscaram inovação eram profissionais da indústria de games, gerentes de tecnologia, nerds digitais, programadores, designers. De lá para cá, a internet se espalhou na economia e as mídias digitais estão em todas as profissões e escalas hierárquicas. Hoje, quem está no mercado, não pode ficar sem tecnologia digital para manter vivo seus modelos de negócios.