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Rap Mix Festival: "Não houve assistência às vítimas por parte da organização do evento", diz delegado

Cinquenta pessoas profuraram a Polícia Civil para reclamar da falta de organização e falta de estrutura do evento

Foto: Reprodução/Twitter/@gengivk Foto: Reprodução/Twitter/@gengivk

Pelo menos 50 pessoas que ficaram feridas com o desabamento de uma rampa do Festval Rap Mix já foram à Polícia Civil (PC) para reclamar da desorganização e falta de estrutura do evento. As informações são do delegado Thiago Martimiano, que conduz a investigação.

Segundo ele, todos os que procuraram a PC reclamaram do atendimento, afirmando que não havia pessoas suficientes para auxiliar no resgate. Ele afirma também que alguns relataram que pessoas feridas ajudaram a carregar macas de amigos que sofreram algum tipo de ferimento.

Thiago continua: "Há relatos de que no ambulatório não havia estrutura suficiente. Pessoas com fraturas expostas, sangrando, que ficaram por volta de 1h30 no chão aguardando atendimento. Não são ralados e hematomas, são lesões graves."

Ele completa ao afirmar que relatos dizem que a rampa estava com lotação máxima durante a queda, mas que só o resultado da perícia poderá concluir se a quantidade excessiva de pessoas culminou ou não no desabamento.

A conclusão da perícia está prevista para a próxima terça-feira, 25. A polícia informou que "a perícia vai analisar não somente a causa da queda, mas também as concausas", ou seja, as circunstâncias que resultaram na queda da rampa.

Uma jovem, que pediu para não ser identificada, diz que o evento foi desorganizado e que os seguranças nada fizeram quando pessoas que estavam na arquibancada foram para o frontstage.

"Totalmente desorganizado, começando pela entrada, onde quem comprou ingresso físico, dava não cadastrado. Fiquei 15 minutos esperando ser resolvido. Banheiros somente o do estádio, os químicos eram poucos, e havia pessoas passando mal dentro dos banheiros jogadas no chão e não tinha um segurança perto dos banheiros", afirma..

"A separação de quem estava na arquibancada, para o Front uma bagunça, os seguranças não fizeram nada quando o pessoal da arquibancada passou para o front. Após umas mil pessoas passarem para o Front que foram tentar fechar novamente com umas grandes", diz.

Perguntada se iria em um possível evento futuro, a jovem responde que não. "Não, e não recomendo para ninguém. Algo que podia ter sido uma experiência boa, foi triste, porque eu mesma fiquei muito abalada depois", desabafa.

Representantes de duas empresas contratadas para a segurança do local serão ouvidos nesta quinta-feira, 20, e na sexta-feira, 21. Para a próxima semana, os organizadores do festival serão ouvidos. A polícia quer saber quantos ingressos foram vendidos, além de quantas pessoas estavam no festival.

Martimiano alega que, com os depoimentos, pode-se dizer que não houve assistência às vítimas por parte da organização do evento.

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