O Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), emissora de Sílvio Santos, levantou a possibilidade de processar a jornalista Rachel Sheherazade com base nas afirmações feitas por ela durante sua participação no reality “A Fazenda” transmitido pela Record TV. Ela pontuou que dentre alguns fatos controversos que envolvem suposta influência do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro quanto as pautas transmitidas pelos jornais da casa, ocorria censura a suas opiniões.
Raquel disse em conversa ocorrida na última quinta-feira, 21, com outro participante do programa em que está confinada, que já foi repreendida pela direção da emissora após fazer defesa pública dos povos Palestinos envolvidos no histórico conflito com Israel. A reprimenda teria ocorrido pelo fato de Señor Abravanel (Sílvio Santos) ser de confissão judaica.
“Se você se compromete a qualquer coisa, o contratante fala: ‘fala isso e defende isso’. E você vai lá e defende. Eu fiz um comentário sobre a questão israelense-palestina, o conflito árabe-israelense. E eu levei um ‘chama’ (advertida) porque o dono da emissora era judeu. E eu dei uma visão meio pró-Palestina. Não era pró-Palestina, mas, naquele momento, era uma situação em que os palestinos estavam sendo as vítimas do conflito e eu levei a minha opinião” disse a jornalista
Além desta fala, a jornalista, famosa por seus posicionamentos contundentes, também relatou que dentre as pressões sofridas por ela no exercício de sua profissão, havia a interferência do então Ministro das Telecomunicações do Governo Bolsonaro, ex-deputado federal Fábio Faria (PP/RN) no tocante às matérias que iriam ou não ao ar.
“o presidente da República liga reclamando. O secretário de comunicação do governo passado ligava pra emissora” salientou.