Cotidiano

Sinais da andropausa

Diário da Manhã

Publicado em 25 de março de 2018 às 00:41 | Atualizado há 4 meses

Enquanto as mulheres en­frentam a menopausa, al­guns homens passam pelo Distúrbio Androgênico do Enve­lhecimento Masculino (DAEM), conhecido como andropausa. Trata-se de processo caracteriza­do pela baixa testosterona na cor­rente sanguínea. Um nome des­conhecido que, na maioria dos casos, os homens só tomam co­nhecimento ao ser diagnosticado.

O nome andropausa é um termo popular que vem da menopausa, mas são casos diferentes, enquan­to todas as mulheres vão passar pela fase da falência dos ovários e con­sequente interrupção dos hormô­nios progesterona e estrogênio, não são todos os homens que desenvol­vem a andropausa, além de que ao desenvolver a DAEM, não deixa de produzir o hormônio, apenas di­minui a produção de testosterona.

De acordo com o urologista Frederico Moraes Xavier, a doen­ça existe, no entanto, é comum em pacientes acima de 40 anos. Com o envelhecimento, o testícu­lo pode entrar em falência e não conseguirá produzir quantidade suficiente de testosterona. O mé­dico relata que somente cerca de 30% dos homens vão ter a andro­pausa e a cada ano a testosterona vai cair de 1 a 2% ao ano.

O urologista explica que a de­ficiência do hormônio motiva al­guns sinais e sintomas como irri­tabilidade, alteração do humor, alteração do sono, insônia, dimi­nuição da massa muscular. E mes­mo realizando atividades físicas ou indo à academia, o paciente terá dificuldades em ganhar mas­sa muscular. “O homem que tem o hormônio baixo, a testostero­na baixa vai ter a maior facilidade para ganhar peso ou às vezes difi­culdade para perder peso. A longo prazo pode ter também osteopo­rose, diminuição do libido, do de­sejo sexual e também impotência sexual. Todos esses sintomas fa­zem parte da queda da testostero­na. O homem vai envelhecendo e o testículo não consegue produzir testosterona suficiente”, diz.

TRATAMENTO

Após o paciente apresentar os sintomas, é feita uma avaliação do nível no sangue da testosterona plas­mática e então se fecha o diagnósti­co. O urologista relata que é preciso entender que ao iniciar o tratamen­to com a reposição de testosterona, o homem deverá estar ciente que não poderá ter filhos, pois o trata­mento está associado à infertilida­de e na maioria dos casos é irrever­sível, pois o testículo estará atrofiado. Exemplo: um paciente de 50 anos que se relaciona com uma jovem, e pretende ter filhos, deverá saber o momento certo para iniciar a repo­sição, que será para toda a vida.

Reposição de testosterona ilegal

Casos de reposição de testos­terona ilegal são comuns em jo­vens que frequentam a academia. Estas pessoas utilizam hormô­nios, adquiridos em farmácias sem receita médica, com a in­tenção de ganhar músculos. Eles acreditam que esta forma é ideal para ajudar o corpo crescer e fi­car mais forte. Ao atingir o obje­tivo, deixam de tomar o hormô­nio e, tomando sem necessidade, prejudicam a saúde e a fertilida­de. “Não há a possibilidade de repor a testosterona e daqui três meses parar, pois o testículo vai atrofiar, uma vez que começou, tem que seguir para a vida intei­ra, sempre com um acompanha­mento médico”, alerta.

Com isso, o médico alerta os jovens que frequentam a acade­mia e tem a intenção de iniciar a suplementação com testostero­na para ganhar massa muscular: a prática traz malefícios a saúde. Segundo Frederico o órgão prin­cipal que produz 98% da testos­terona do homem é o testículo. Funciona da seguinte forma: ele produz a testosterona e manda para a corrente sanguínea. Quan­do o sangue passa pelo cérebro, este entende que o nível de tes­tosterona está ideal, mandando uma mensagem através de um outro hormônio para o testículo continuar trabalhando e produ­zindo testosterona.

Portanto, ao utilizar hormônio de testosterona, o cérebro enten­de que o nível está alto e que não será necessário o testículo produ­zir e, então, interrompe a produ­ção de espermatozoide e ao parar de tomar o hormônio, na maioria das vezes não volta a normalida­de. “O testículo que produzia um pouco, vai parar de produzir e em um jovem saudável, que produ­zia uma quantidade normal e fez a reposição do hormônio sem a necessidade, é da mesma forma, também não voltará a produzir”, explica o urologista.

CONTRAINDICAÇÃO

O tratamento é contraindica­do em caso de pacientes com câncer na próstata, pois irá fazer com que o câncer se agrave, es­palhando pelo corpo. E quem já está fazendo o tratamento, pre­cisa anualmente realizar exames para verificar a possibilidade de um câncer. Caso for diagnostica­do, deverá imediatamente inter­romper o tratamento. Depois de afastado qualquer chance de ter câncer de próstata é que pode­rá iniciar a terapia de reposição. “Que fique claro, o tratamento não desenvolve o câncer”, des­taca o urologista.

Frederico Moraes Xavier des­taca a importância dos homens ir ao urologista anualmente, se­gundo ele, antes mesmo dos 15 anos. Desta forma, evitará ou­tras doenças, como cálculo renal, câncer de pênis, testículo, inferti­lidade masculina, dentre outros. É importante realizar exames, to­mar certos cuidados, conversar com um urologista, assim como as mulheres vão ao ginecologista desde a pré-adolescência.

 

 

 

OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA ANDROPAUSA:

  • Redução do Desejo Sexual
  • Disfunção Erétil
  • Alteração de Humor
  • Depressão
  • Fadiga e Irritabilidade
  • Diminuição de pelos e/ou Massa corpórea
  • Perda de Massa Óssea
  • Alterações de Memória
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