Cotidiano

Tatuadores ainda são vistos de forma preconceituosa

Giovana Batista

Publicado em 7 de março de 2021 às 18:46 | Atualizado há 4 meses


O preconceito em relação a tatuagem está presente desde a década de 1920, onde a exposição do corpo era encarada com maus olhos. As primeiras pessoas a se tatuarem foram os marinheiros, fuzileiros navais, piratas, logo, causando associação negativa de que pessoas tatuadas eram “marginais”.

Após algum tempo, a sociedade ainda considerava pessoas tatuadas como “estranhos” mediante as tradições familiares. E hoje, será que o preconceito ainda existe?

Sim, infelizmente ainda é presente. Uma pesquisa realizada em março de 2018, sobre o comportamento dos tatuados brasileiros com 5.390 pessoas, 57,96% dos entrevistados relataram ter sofrido algum tipo de preconceito por terem tatuagem. Desses, 73,89% relataram ter sofrido preconceito dentro da própria família e apenas 22,26% sofreram preconceito no trabalho.

Segundo essa mesma pesquisa, as regiões brasileiras que possuem as maiores taxas de preconceito são as regiões Nordeste e Centro-Oeste, já as menores taxas de preconceito são das regiões Sul e Sudeste.



Mulheres tatuadoras

Se há preconceito nas pessoas tatuadas, isso se potencializa quando o assunto são os profissionais tatuadores. Essa profissão ainda é desvalorizada não sendo considerada “profissão” para algumas pessoas.

No meio feminino essa proporção aumenta, em entrevista Maysa Tavares, tatuadora e empreendedora ela afirma que durante a participação de cursos e convenções falaram que ali não era seu lugar.

“As pessoas ainda julgam e tratam como se não fôssemos profissionais, associam os profissionais como usuários de drogas, sendo que eu por exemplo sou cristã. E esse preconceito além de ser externo acontece entre os próprios profissionais”, relata

Atualmente, além de realizar tatuagens, Maysa ministra cursos com o público alvo feminino.

“Muitas meninas me procuram querendo fazer o curso porém com muito medo pela falta de apoio familiar e essas associações que a sociedade prega”, diz Maysa.

Para ela, tatuagem sempre foi uma profissão levada a sério como qualquer outra, a iniciativa do curso foi após ver amigas sendo interiorizadas por ganhar menos financeiramente em relação aos seus parceiros. Apesar de haver uma grande procura feminina para os cursos, a procura dos homens é bem menor por ela ser mulher.


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