A Prefeitura de Goiânia realizou alterações no campo de autodeclaração étnico-racial, pois os termos "mulato", "mulata", "negro" e "negra", que constavam no site, são considerados racistas. A decisão de retirar veio após um pedido da Defensoria Pública do Estado de Goiás para que apenas os termos "preto" e "preta" fossem utilizados.
O pedido foi feito pelo Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), em dezembro do ano passado, e a prefeitura acatou o pedido na tarde de terça-feira,10.
De acordo com o órgão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utiliza as denominações branca, preta, parda, amarela e indígena no sistema de classificação. Segundo o adequado letramento étnico-racial, as pessoas pretas e pardas estão incluídas no conjunto da população negra
Os defensores públicos responsáveis pelo ofício, Marco Túlio Félix Rosa e Salomão Rodrigues da Silva Neto, mencionam a psicóloga Cida Bento, que explica as palavras mulato e moreno manifestam uma dificuldade na população brasileira no que diz respeito a identificação racial.
Os termos têm origem escravocata e por isso são discriminatórios com a população negra e o seu uso apenas reforça o racismo dentro da sociedade.
Os defensores apontam, portanto, que remover estes termos do sistema da prefeitura auxiliaria no rompimento da utilização de palavras e comentários que estimulam o racismo.