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Vida nas redes sociais: quando o digital substitui o real

Especialista explica quando o uso constante das telas pode afetar as relações humanas e sua consequência

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Em um mundo saturado de notificações e feeds infinitos, a pergunta "Existe vida fora das redes sociais?" ressoa com urgência. Para alguns, a decisão de se afastar das redes sociais surge como um meio de recuperar tempo, energia e, sobretudo, saúde mental.

A escolha por uma vida menos conectada não é sobre rejeitar a modernidade, mas buscar um equilíbrio saudável entre o mundo digital e o físico.

O psicanalista Jorge Cordeiro afirma que a conexão constante tem produzido uma sociedade cada vez mais adoecida, e com dificuldade em manter laços de esperança, afeto e senso de solidariedade.

A constante conexão com as telas tem produzido sintomas de ansiedade, dependência, irritabilidade, falta de autocontrole, sentimento de vingança, isolamento, depressão, distanciamento da vida real, depressão, dissolução de vinculos de afeto, fixação e até mesmo sadismo na por conteúdo que mostra o fim da vida ou ela ameaçada a exemplo de vídeos e fotos de tragédias Jorge Cordeiro, psicanalista

Ele alerta que, quando as telas começarem a causar sintomas como ansiedade, é hora de dar uma pausa.

"A instabilidade das redes e das relações estruturada ali causam danos à saúde mental de seus usuários, e os sintomas ou sinais de que está na hora de parar ou mesmo já passou da hora, têm relação direta com a ansiedade, busca por aceitação e o medo de ficar isolado", diz.


		Vida nas redes sociais: quando o digital substitui o real
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Efeitos das telas na infância e juventude

O uso excessivo de redes sociais e de consumo online causa prejuízos tanto nos adultos quanto nos mais jovens. Jorge explica que "o uso excessivo de telas durante a fase de desenvolvimento do cérebro, ou seja, em crianças e adolescentes pode afetar a atenção concentrada, aprendizagem, saúde física e emocional e, a memória".

O psicanalista levanta, ainda, a seguinte observação:

"A reflexão sobre o impacto negativo do uso de tela sempre passará pela pergunta: Quanto o uso de telas tem me afastado/sequestrado da vida real? Como estou me sentindo hoje?"

O mundo real

A vida fora do ambiente virtual traz notáveis mudanças no cotidiano. Indivíduos que tomaram essa rota notam uma melhoria significativa em sua qualidade de vida, mencionando um aumento na produtividade e no tempo disponível para explorar novos interesses.

A conexão humana ganha novos contornos, valorizando mais as interações face a face. Essas mudanças apontam para um enriquecimento das relações interpessoais, fortalecendo laços que vão além dos digitais.

É correto afirmar que o uso das telas de maneira disfuncional afeta as relações da vida desperta (real) uma vez que as exigências de uma vida virtual de sucesso é a presença constante, a interação desenfreada e uma quase obstinação por ver e ser visto Jorge Cordeiro, psicanalista

"Não é possível fazer isso ao mesmo tempo no real e no virtual, mas é possível mesclar o tempo de uso de telas com a vida fora da internet. Horário para fazer as refeições, lazer, caminhar, ler um livro de papel, arrumar o quatro, andar de skate, pedalar é essencial", complementa.

A possibilidade de uma vida plena fora das redes sociais não apenas existe, mas é vivenciada por aqueles que buscam um equilíbrio entre o virtual e o real. As redes sociais, embora valiosas para manter conexões à distância e acessar informações, não substituem as experiências e as relações humanas diretas.

É preciso falar todos os dias que o ser humano é feito da relação e para a relação. Não existe o eu sem o outro de maneira qúe o outro não é o outro, mas a extensão do que eu posso ser. Tudo isso é possível visualizarmos se estivermos presente, se formos presentes. Porque tudo fora das telas ou das redes demora mais Jorge Cordeiro, psicanalista

"As interações face a face, ou seja, aquelas que não são mediadas por dispositivos eletronicos elas precisam de investimento e o maior acionista é tempo. Resta saber: você tem coragem de viver?", finaliza.

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