Uma das melhores coisas que podemos usufruir nos smartphone’s e tablet’s são os aplicativos, seguindo uma imensa variedade de jogos e redes sociais para download. Porém muitos desses apps, por mais que não tenham custos para conseguir efetuar o download, possuem um preço alto a se pagar: acesso livre as suas informações pessoais e prejudicar o desempenho do seu dispositvo.
Ao aceitar permissões e Termos de Serviço sem prestar atenção nos tópicos exigidos, você abre mão de dados que podem ser usados não apenas pelos desenvolvedores, mas também por criminosos. E no Brasil, essa falta de malícia (ou conhecimento) por parte das pessoas faz com que essa prática cresça em proporções avassaladoras.
Segundo uma pesquisa realizada pela Symatec, os brasileiros se preocupam mais com vírus e malwares e muitos desconhecem que aplicativos usam muitas informações podendo assim ser facilitar criminosos a terem acesso aos seus dados e aplicar golpes bancários entre outros.
Além de liberar seus dados, alguns aplicativos podem também modificar o “Favoritos” no celular, ter acesso à câmera e microfone, gastar mais rápido a bateria, ceder a localização atual e controlar o seu pacote de dados.
A empresa de segurança TrustGo analisou os 500 aplicativos mais baixados no Google Play, a loja de aplicativos oficial de dispositivos Android.
Foram criadas algumas formas simples para evitar tal susto, não passam 100% de segurança, mas já é um começo. Quando baixar um aplicativo que não está presente na Google Play Store (é preferível que não o faça, a não ser que haja motivos muito específicos para fazer isso), realizem um scan assim que aplicativo for instalado – habilite nas configurações do seu smartphone as verificações automáticas de aplicativos com maior segurança.
Porém até mesmo apps de scan e antivírus não são perfeitos, por isso entramos em outros dois pontos importantes: permissões e reputação dos aplicativos.
Diversos softwares requerem inúmeros tipos de permissão, como localização, lista de contatos conexão com internet e entre outros. Quando acontecer de um aplicativo pedir por muitas autorizações, desconfie. E não deixe de conferir os comentários e avaliações (estrelas que foram dadas) para ter uma noção da popularidade do aplicativo.
Entretanto, mesmo com todas essas verificações e pesquisas feitas sobre aplicativos, ainda não estamos totalmente seguros. Segundo um relato feito no site change.org, a jovem Marília de 21 anos, depois de se sentir mal no trabalho, chamou um táxi pelo app do Easy Taxi. A garota disse ter passado a corrida toda em silêncio, mas, ao chegar em casa, recebeu uma mensagem: “Oi, Marília, você é muito simpática”, que havia sido enviada pelo taxista que acabara deixa-la em casa.
Aplicativos como Easy Taxy não levaram muito tempo para ocupar o lugar das tradicionais cooperativas, porque além de ‘livrar’ a pessoa de descrever sua posição (o app é conectado ao GPS e passa a localização precisa), também é mais fácil, pois leva apenas um clique para encontrar o taxista mais próximo.
No entanto, o aplicativo se torna perigoso quando paramos para analisar que os taxistas dispõem do nome completo, endereço e telefone celular do usuário após contratar o serviço. E há quem faça uso dessas informações para assediar passageiras após as corridas, como aconteceu com a estudante universitária, Marília.
Cansada de ser exposta a esse tipo de situação, Ana Clara Leite de 22 anos, uma jovem que usava constantemente o aplicativo, criou um baixo assinado para que a Easy Taxi adotasse medidas de segurança.
Após alguns poucos dias, a garota conseguiu mais de 27 mil assinaturas e a resposta da empresa. O CEO do aplicativo ligou diretamente para Ana Clara e garantiu que a ferramenta de segurança será adicionada em até 3 meses. “Já estamos trabalhando em uma solução definitiva que realiza telefonemas entre passageiro e taxista sem mostrar nem armazenar o telefone um do outro. Essa ferramenta deve estar pronta em dois, três meses”, disse Dennis Wang.
“Enquanto isso não é implantado, casos de assédio a mulheres que utilizam o aplicativo continuam a ocorrer, e por isso queremos que a empresa nos dê uma alternativa”, disse a jovem. Apesar da insatisfação com o tempo que a empresa disse que levará ela afirma que criar a petição a fez ver o poder de mobilização das pessoas pela internet. “O resultado foi super positivo, a petição saiu vitoriosa e, mais do que isso, nós mulheres chamamos a atenção para o problema do assédio e mostramos que as empresas são responsáveis por fazerem tudo o que for possível para nos proteger e coibirem qualquer tipo de assédio” comemora Ana Clara.