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Picasso: formas e faces

Há 42 anos saia de cena um dos mais célebres artistas do século XX

Málaga, Espanha, a no de 1881: nascia Pablo Picasso. De família modesta, fez sua tragetória na Europa através do século XX, vivenciando o turbulento período de Guerras Mundiais, e transformando sua percepção de mundo em arte. O artista foi um dos mais ecléticos e produtivos de sua geração, tendo sido contemplado com registro no Guiness Book, o livro dos récordes, com 13.500 pinturas e desenhos, 100 mil gravuras, 34 mil ilustrações para livros e 300 esculturas.

Suas habilidades artisticas afloravam-se desde muito pequeno. “Piz, piz”, disse Picasso assim que percebeu que poderia falar. O som era um encurtamento para a palavra que corresponde à “lápis” no idioma espanhol. Com menos de 15 anos, recém-chegado à escola de artes La Lonja, em Coronha, já surpreendia artistas veteranos do local com sua obra acadêmica de estréia: A primeira comunhão. Alguns anos mais tarde, instalaria-se em Madrid, inscrevendo-se na Real Academia de Belas Artes de São Fernando, a mais importante do país.

Apesar do êxito já conquistado em solos espanhóis, um dos maiores desejos de Picasso era poder vivenciar a atmosfera urbana de Paris, a cidade iluminada, palco que mais movimentava o circuito das artes na Europa. Essa ambição pode se concluir no ano de 1900, na primeira estadia dele na cidade. No início não foi fácil. Passava a noite trabalhando, e dormia durante o dia. A extrema pobreza o fez ter que queimar vários de seus desenhos para usar como combustível de aquecimento de seu quarto, que dividia com o jornalista e poeta Max Jacob.

Paris

Após estabilizar-se em Paris, pode dedicar-se à pintura e iniciar seu período áureo. A vasta obra de Picasso é dividida em várias fases. A abordagem temática do pintor percorre muitos caminhos: sua vislumbração pela arte circence, com arlequins e bailarinas, figuras que representam simbolicamente o continente africano, e a destruição causada pelas guerras. Picasso nunca chegou a participar de guerras, o que fez com que ele fosse taxado de covarde. A defesa dele era que a única saida para a destruição do mundo era o pacifismo.

Um dos eventos mais marcantes da carreira de Picasso foi a criação do movimento cubista, ao lado de Georges Braque. Esse florescimento artístico se deu por volta de 1910, quando ele já respirava os ares da capital francesa há aproximadamente uma década. Esse nome, “cubismo”, não foi criado por Pablo nem por Branque. Foi o pintor francês Louis Vauxcelles que promoveu a nomeclatura. Ele descrevia a arte emergente como “cubices estranhas”. Sobre o movimento, Picasso deixou a célebre frase: “Cansei-me de ser moderno. Quero ser eterno.”

Picasso hoje

A trajetória de Picasso foi tão marcante que a ele foi dado o prestígio de ser o único artista vivo a expor no Museu do L’ouvre. Essa proeza foi concedida a ele como presente de aniversário de 90 anos, em 1971. A exposição contou com seis obras do artista, que morreria pouco mais de um ano depois, no dia 8 de abril 1973 (exatos 42 anos), devido a complicações pulmonares.

Na atualidade, após a virada do século, o luxo e o dinheiro apossaram-se da obra do artista. Se no início de sua carreira Pablo Picasso chegou a vender um de seus quadros por meros 20 francos à um pedreiro na Rue des Martyres, teve em 2013 um de seus quadros, O sonho (Le Rêve), vendido por 155 milhões de dólares, sendo uma das vendas de arte mais caras da história. O sonho retrata Marie-Therese Walter, uma das mulheres de Picasso, com quem teve dois de seus quatro filhos.

Um dos quadros mais famosos de Picasso se chama Guernica. O painel retrata o ataque de forças da alemanha nazista à cidade que da nome ao quadro. A intenção do artista era denunciar os horrores que o combate armado e violento causavam à vida das pessoas. De comportamento sarcástico e agressivo, Picasso desafiou membros do exército alemão. Quando questionado por eles sobre quem teria feito o quadro, ele respondeu irreverentemente: foram vocês.

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