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CULTURA

Reciclando o Césio

Após o lançamento do último disco, o grupo Vida Seca volta a apresentar o espetáculo que reconta em uma narrativa contemporânea a história do acidente radioativo que ficou conhecido como Césio 137. Hoje a noite (12), o Vida Seca sobe ao palco com o “Rua 57, nº 60” na programação Série Músicas do Centro Cultural da UFG. Na oportunidade o público poderá conferir o show que foi inspirado em álbum homônimo lançado em fevereiro de 2015. A obra é uma reflexão sonora sobre o acidente ocorrido em Goiânia no ano de 1987, quando catadores de material reciclável encontraram, em um hospital abandonado no centro da cidade, uma máquina de raio X que possuía uma cápsula de chumbo contendo o material radioativo Césio-137.

A cápsula foi deflagrada, contaminando vários locais da região central, entre eles o nº 60 da Rua 57. Este trabalho é um desdobramento da performance desenvolvida em 2007 pelo Vida Seca junto ao ¿por quá? grupo de dança, quando completou-se 20 anos do ocorrido. A mesma foi realizada no lote nº 60, um local hoje concretado, onde ninguém vive. O lote que fica atrás do mercado da Rua 74’, no centro da cidade, e por muito tempo ficou escondido, sendo usado como depósito de lixo, onde até mesmo um banner fora colocado para “mascarar” a história do local. O trabalho prosseguiu com as filmagens no mesmo lugar do curta-metragem Rua 57, Nº 60, Centro, lançado em 2012, novamente uma parceria entre Vida Seca e ¿por quá?, dirigido por Michael Valim. O curta também integra o DVD Vida Seca.

Composições

O álbum apresenta duas peças, Rua 57, que recria a trilha-sonora do curta-metragem de 2012, e Nº 60, uma nova peça composta de improviso exclusivamente para o presente trabalho. No espetáculo será também apresentada a peça ‘Fukushima’, inspirada no acidente na usina nuclear de mesmo nome no Japão, ocorrido logo após o terremoto seguido de tsunami no ano de 2011.

Na resenha feita pelo jornalista Leon Carelli, do DMRevista, em abril desse ano, o mesmo define a sensação sonora do novo disco:

“São peças progressivas, que exploram e evoluem camadas de instrumentos. Essas camadas diferenciadas funcionam de forma emocional, e têm vida própria. Elas se misturam ao longo do processo, criando fases de transição, à medida que convidam novos instrumentos a participar. Trata-se de um som firme e sólido, como deveria ser, tendo em vista que são criados em processo totalmente mecânico. Batidas em lata das mais variadas frequências, provocadas por variadas texturas de baquetas, e com variadas intensidades de força dão a velocidade da música. Em alguns momentos soa bastante urbano. Em alguns momentos soa bastante muito tribal. Nota-se até uma espécie de estrutura jazzística em instrumento de sopro, que se assemelha a brinquedos que crianças fazem com folhas de árvores. Aquelas gameleiras muito comuns em Goiânia. Daquelas que têm como subir e passar a tarde toda.”


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Espetáculo “Rua 57, nº60”

Dia: 12 de maio de 2015

Hora: 20 horas

Local: Centro Cultura da UFG (Praça Universitária)

Entrada Franca

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