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CULTURA

O Universo Pokémon

(Ilustração: Ricardo Magno)


Caro leitor, o DMRevista traz nesta edição comemorativa vários Pokémons espalhados pelo caderno. São 15 monstrinhos de vários tipos e várias gerações. Eles fazem parte das 721 criaturas, divididas em seis gerações, que habitam o universo imaginário da série que em 20 anos já lançou mais de 30 jogos eletrônicos, 850 episódios em desenho animado, brinquedos, revistas em quadrinho, entre outras coisas; e que hoje é tema presente em todas as redes sociais com páginas de humor e variedades.

A história de Ash, o treinador de Pokémons que deseja ser um mestre e Pikachu, o Pokémon-rato amarelo que solta raios, vem sendo exibida em formato de desenho animado desde o ano de 1997. De lá pra cá, a série mexe com a emoção principalmente das crianças e adolescentes. No início eram apenas 150 monstros, hoje, já na sexta geração, a contagem dos bichos já passa de 700. A invenção dos monstrinhos foi ideia de Satoshi Tajiri, que há 20 anos apresentou dois jogos para Game Boy. Eles foram desenvolvidos pela Game Freak e publicados pela Nintendo.

Atualmente a franquia alcança uma fama mundial de proporções assustadoras, e contempla produtos como jogos, cartas colecionáveis, série de televisão, filmes, revistas em quadrinhos e brinquedos. Apenas em games para consoles da Nintendo, foram vendidas mais de 200 milhões de unidades. A criação do universo de Pokémon foi inspirado em um hobbie infantil do diretor executivo Satoshi Tajiri, que colecionava insetos e admirava suas formas.

Nesse universo existem os treinadores-pokémon, que através das poké-bolas capturam monstros selvagens na natureza para treiná-los e utilizá-los em torneios de batalhas. Esses monstros são chamados de Pokémons, e possuem várias habilidades que correspondem a seus tipos: fogo, água, eletricidade, grama, pedra, terra, psíquico, voador, metal, dark, luta, entre outros. O objetivo principal dos treinadores no jogo é completar a pokédex, uma agenda que guarda as informações de todos os Pokémons encontrados no caminho do treinador.

Febre

"Houve um tempo em que tudo que era direcionado ao público infantojuvenil tinha Pokémon no meio", comenta Anderson Lisboa, de 20 anos. "Eu mesmo tinha até pijama e edredon de Pokémon. Também colecionava tudo que aparecia. Os cartões telefônicos, os mini-pokémons das garrafinhas de guaraná, aqueles que vinham em bolinhas das máquinas de padaria. Tudo". Muitas empresas aproveitaram-se da onda de sucesso dos monstrinhos para promoverem-se através de brindes-Pokémon.

A empresa de salgadinhos Elma Chips trouxe, no interior da embalagem de seus produtos, cartões de Pokémon em duas ocasiões. A primeira trazia pokémons da geração 1 e sugeriam um jogo competitivo, pois continha valores que representavam a força do pokemon retratado no cartão. "A gente usava mais pra bater. Fazíamos um monte de figurinhas, como costumávamos chamar, e batíamos com uma das mãos em cima do monte. As figurinhas viradas ficavam com quem virou. Era o jeito mais comum de conseguir", afirma Anderson.

Outras empresas que fizeram sucesso através do tema foram a Estrela, que produz brinquedos, e a Ambev, com o guaraná Antarctica. O quebra-cabeças de 300 peças da estrela também é lembrado por Anderson. "Meu vizinho tinha um quebra-cabeças desses com o fundo preto, os 150 Pokémons, Ash e Pikachu. Ficávamos o dia inteiro montando e desmontando". Os Pokémons que vinham junto com o guaraná Antarctica também já foram motivos de brigas de irmãos, segundo Anderson Lisboa.

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Internet

A web teve um importante papel na manutenção do sucesso da série Pokémon entre os jovens. Através dela, os emuladores, que servem para simular no computador plataformas como a dos videogames Game Boy e Game Boy Advance, principais consoles a rodar os jogos da série, passaram a ser acessíveis. De forma um pouco mais limitada, aqueles que nunca tiveram os videogames portáteis da Nintendo puderam passar pela experiência de cumprir as missões de um mestre Pokémon nos famosos games virtuais.

Websites como Serebii.net e Bulbapedia trazem acervos completos de informações em relação ao anime, mangá, jogos, personagens, golpes, tipos, itens, etc. A Bulbapédia, por exemplo, funciona numa estrutura praticamente idêntica à Wikipédia, mas trata exclusivamente de todo tipo de assunto relacionado a Pokémon. Esses sites também servem como guia de golpes para que o jogador de Pokémon consiga montar seus times com mais clareza.

Outro local virtual onde os Pokémons dominavam era o Orkut. A ampla população de fakes (perfis falsos criados para entretenimento) da extinta rede social servia como refúgio para muitos adolescentes, como conta André Melo, de 23 anos, que participava dos fóruns-fake, que simulavam ambientes imaginários. "Na época dos fakes fiz muitos amigos graças aos meus perfis de Pokémon. Havia realmente muita coisa pra fazer. Já participei de vários torneios, que funcionavam na base do texto, e até de reality show feito exclusivamente nas comunidades para quem tinha fakes de Pokémon".

Hoje

Os Pokémons vêm sendo bastante reinterpretados em redes sociais. Várias páginas de humor e de variedades vêm surgindo com os temas da série. "Os Pokémons tiveram muita influência na criação de muita gente que viveu a infância nos anos 90 e 2000. Eu por exemplo tinha um sonho: que os Pokémons fossem de verdade, ou que inventassem logo Pokébolas para capturar animais. Eles realmente mexiam com a cabeça das crianças", completa André Melo.

Um exemplo de página que vem fazendo sucesso no facebook atualmente é a Pokécovers, iniciativa de brasileiros. A página tem como objetivo a recriação de artes de álbuns musicais com elementos de pokémon que façam referências à capa original. A página já foi tema de reportagem de Anderson Neco no site Noisey. A matéria afirma que "Pokécovers é a combinação de tudo que a geração 90 ama: Pokémon, indie e montagens.

Os Pokémons marcaram tanto que hoje ainda vem sendo digeridos, até mesmo por artistas. O desenhista Ricardo Magno possui um álbum em sua página do facebook com uma visão particular dos 151 Pokémons da primeira geração da série. Os desenhos de Ricardo parecem uma estranha mistura de realismo e desenhos animados com traços de animais. A iniciativa foi recebida com empolgação pelos fãs da série, e o álbum já possui mais de 7 mil compartilhamentos na rede. Os comentários da publicação giram em torno de "simplicidade e elegância", "como na pré-história" e "vontade de imprimir todos e fazer um livro de colorir". Os comentários são feitos em vários idiomas, o que demonstra o alcance dos desenhos.

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