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Mistérios da Pedra de Roseta

Uma forma bastante comum aos egípcios de preservar inscrições importantes era através de estelas: colunas de pedra muito pesadas. A famosa Pedra de Roseta é um fragment de estela que pesa mais de 600 quilos e mede cerca de 1,20m de altura. O principal serviço da Pedra para a humanidade foi a possibilidade de traduzir hieróglifos egípcios que ela ofereceu, tendo em vista que guardava o mesmo texto em três formas de escrita: hieróglifos, grego e demótico, os dois últimos de mais fácil tradução e interpretação. A data de fabricação da pedra é de 196 a.C.

A pedra é composta de granito negro e foi nomeada em homenagem à cidade de Roseta, onde foi descoberta pelo exército do militar francês Napoleão Bonaparte. Através da comparação entre as escritas registradas na pedra, foi possível aprimorar os conhecimentos sobre os antigos hieróglifos. Consequentemente, o contato com a forma de escrita possibilitou o conhecimento da história registrada pelo povo egípcio em inúmeros artefatos desenterrados em estudos arqueológicos.

Análise 


No site Infoescola, o professor Geraldo Magela Machado ajuda a entender a importância do artefato para a situação do homem moderno. Ele conta que através da pedra, “estudiosos utilizaram o grego e o demótico, para traduzir os hieróglifos contidos na Pedra de Roseta, revelando assim, mais de 1.400 anos de segredos do antigo Egito”. A civilização egípcia foi um dos primeiras grandes civilizações da antiguidade, e estima-se que existiu em torno de 3150 a.C., o que a torna um importante objeto de estudo histórico para que possamos entender os rumos que tomaram as civilizações seguintes.

O professor coloca ainda que apesar da importância das escritas da pedra, seu conteúdo, em si, não traz nada de muito revelador. “A importância da mensagem da Pedra de Roseta se firma mais nas línguas em que foi escrita, do que no seu conteúdo, que nada mais é do que um decreto elaborado por padres egípcios, declarando o faraó como um ótimo governante e seguidor dos deuses egípcios e, logo abaixo, ordens sobre como a mensagem deveria ser compartilhada”.

Geraldo Magela também ajuda a entender a relevância do artefato levantando os sucessivos acontecimentos históricos que abrangeram o mundo nos milênios seguintes. “A preservação da Pedra de Roseta ajuda os estudiosos a entenderem o passado egípcio e as mudanças de governo ocorridas durante o período greco-romano, quando havia a dominação do Egito pelos macedônios, ptolomeus e romanos. Os faraós foram sucedidos pelos cristãos coptas, pelos muçulmanos e pelos otomanos, entre os anos de 639 e 1517 d.C.”.

As formas de governo que se sucederam no território do Egito desde sua criação foi responsável por várias mudanças culturais de seu povo. “Tantas formas diferentes de governo causaram grandes mudanças no estilo de vida do povo egípcio, sendo a língua a parte mais afetada. Os deuses egípcios foram substituídos e novas religiões foram criadas”, afirma o professor. O Egito já dominou e já foi dominado por várias civilizações.

Entre os impactos culturais relatados está a religiosidade, um dos elementos que definiam hierarquicamente a estrutura social e as diferentes camadas da população. “O resultado de toda essa mudança foi a extinção da escrita sagrada dos egípcios, os hieróglifos, que segundo os cristãos, tinha ligação com deuses pagãos. Assim, a Pedra de Roseta é um elo de ligação entre a atualidade e o Egito antigo, na sua forma de escrita”. As inscrições foram promulgadas na cidade de Mênfis, em nome do rei Ptolomeu V, em três parágrafos. Está em exibição no Museu Britânico, em Londres.

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