Do Radiojornalismo
Para entrar na luta contra o mosquito que transmite a dengue, a febre Chikungunya e o vírus Zika e incentivar a leitura, as funcionárias da Biblioteca Pública de Itapoã, Lília Valéria Correa, e Rosângela Rodrigues da Silva, estão promovendo o projeto Troque 20 tampinhas de garrafa Pet por um livro.
A cada 15 dias, sempre às sextas-feiras, as duas se vestem de Palhaço e levam livros até o restaurante comunitário que fica próximo à biblioteca. Elas contam histórias, falam da troca das tampinhas por livro e sobre a importância de se combater o mosquito transmissor da dengue e do vírus Zika.
Desde o início do projeto, até hoje, cerca de 500 obras já foram negociadas pelo sistema de barganha. A troca é feita com livros doados à biblioteca com essa finalidade. As tampinhas recolhidas são enviadas para reciclagem.
Se o trabalho, pioneiro em todo o Distrito Federal, é um sucesso; emerge dessa história uma personagem: Lilia Valéria. De criança abandonada, vivendo nas ruas, cair no crime foi um pequeno passo.
Lilia é ex-presidiária e esteve na prisão feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia até 2008. Ganhou uma chance da Administração Regional de Itapoã, foi trabalhar na biblioteca e hoje, aos 40 anos, mãe de dois filhos, estuda direito e sonha ser promotora.
Segundo ela, além de combater o mosquito Aedes aegypti e incentivar a leitura, o projeto é uma maneira de evitar que as crianças sejam alvo de influências negativas. Lilia também trabalha em um projeto social de retirar menores em vulnerabilidade social das ruas .
Pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal de 2014 mostra que 68,96% da população de Itapoã não estudam e 44,3% têm ensino fundamental incompleto.