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A XVIII Exposição Coletiva, que teve início ontem e segue até 30 de agosto, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), localizado na Avenida T-1, no Setor Bueno, reúne artistas que já são expoentes do cenário goiano, caso de Elifas Modesto e Santana. Mas também abre espaço para novatos que desejam se comunicar com o público através das cores e formas que têm se aventurado.
Liderado pelo escultor Elifas Modesto e pelo escritor Getúlio Targino, o Instituto Cultural Movimento Santuário da Arte pretende impactar o cenário goiano com a ideia de que existe uma produção artística de qualidade no Estado, mas ainda pouco conhecida.
Na abertura, a jornalista Rariana Pinheiro, do Diário da Manhã, e o fotógrafo Marcos Lôbo foram homenageados, dentre outros agentes de cultura. O escritor Ursulino Leão é outro homenageado pela exposição, que serve também para reconhecer os defensores das artes em Goiás.
Elifas Modesto explica que o movimento Mosarte [tocado pelo Instituto Cultural Movimento Santuário da Arte] quer fortalecer as relações da arte com instituições públicas e privadas, tendo em vista a ampliação de espaços para sua apresentação.
O escultor informa ao DM que o movimento avançará em todas as frentes artísticas, caso da música, folclore, literatura, artes cênicas, arquitetura e gastronomia.
Não é à toa que Elifas convidou, na redação do DM, o violeiro Marcus Biancardini, que divulgava a gravação de seu DVD, para participar do movimento que é estético e político, na medida em que se impõe como ponto de conexão e interesses comuns.
A prova de que o Mosarte está aberto às inúmeras manifestações foi observada ontem, quando ocorreu a apresentação do coral do TRT Labor em Canto e da Folia de Reis de Santo Antônio de Goiás na inauguração do evento.
MONGE
Para Elifas, os artistas goianos não podem ficar escondidos. Daí a necessidade das mostras e exposições como forma de estreitar os laços com a sociedade. De acordo com o escultor, o “artista é um monge”. Para Elifas, portanto, é preciso fazer e sentir o que expressa, atuando com comedimento, mas de maneira expressiva.
Dentre os artistas que participam da mostra, nas artes plásticas, um dos mais expressivos é Santana, que realiza uma arte ora abstrata ora figurativa simbólica. Santana tem grande expressividade na coloração viva que ele utiliza.
A beleza icônica o aproxima das tessituras indígenas e da terra, o forçando a se comunicar com a modernidade a partir do que ela perde a cada vez que se afasta das tradições. Neste sentido, a obra de Santana, em camadas, lembra os pintores expressionistas alemães do começo do século passado.
Existe uma formação de novos signos em sua abstração, que, por vezes, lembra a ressignificação: o uso de imagens para significar coisas diferentes do que geneticamente simbolizava.
Outro artista na mostra que merece destaque é o escultor Elifas Modesto, também organizador do evento. Figurativo, o artista tem uma queda pela desconstrução das formas. Peitos enormes se chocam com corpos estranhos, disformes, meio humanos, meio androides, como que anunciando a modernidade em que o diferente assusta tanto quanto o trivial.
Movimento Mosarte
Participam da mostra como convidados os seguintes artistas:
Adriano Marini, Alessandra Favoritto, Alessandra Teles, Ana Carolina Borges, Antonia Paula, Aparecida Filipe, Beth Fleury, Bianca Menezes, Bené Silveira, Carla Neves, Cleider Souza, Cristina Lombardi, Daniela Melhorim, Diego El Khouri, Doralice Lariucci, Diomar Lustosa, Elifas Modesto, Eloá Morais, Elânia Viera, Frisco Kamikase, Guadalupe, Gustavo Gonçalves, Helena Modesto, Helenilce Gusmão, Hal Wildson, Ivone Vaccaro, Ivan Silva, Jorginho Rocha, Jair Gonzales, Mari Souza, Maria Alves, Markus Meneral, Natalina Costa, Neilam, Nelze Bernardes, Nazareth Freitas, Ole Jorgensen, Onofre Pimenta, Pedro Galvão, Pirineus, Ricardo Reis, Raphael Caldeira, Rafael Valério, Renato Griffith, R Júnior, Roberval Cortês, Rosy Cardoso, Santana, Simone Andrade, Sonia Metchko, Suy Artiaga, Simião Mendes, Sumaia Elkhouri, Telma Morais, Thiago Lima e Terezinha Soares.
