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Economia criativa: ideias valiosas

Se tem um setor que está surfando no maremoto econômico atual, é o da economia criativa. Esse mercado engloba a indústria cultural como design, moda, publicidade, gastronomia, turismo, arquitetura, passando pelo desenvolvimento de games, novas tecnologias e serviços. Na contramão da cadeia produtiva arraigada da indústria, tudo que envolve ideias e necessita da criatividade e do talento em sua produção, hoje, está valendo ouro. É isso que o projeto “A economia criativa e sua força motivadora para escolha de uma carreira” vai tratar no ciclo de palestras realizado de 4 a 7 de outubro, para os alunos do ensino médio do Colégio Estadual Senador Onofre Quinan, com o apoio da Secretaria de Educação do Estado de Goiás (Seduc). A ideia é propiciar uma nova forma de pensamento profissional.

Muito além do crescimento econômico, o mercado criativo aparece como possibilidade de quebra de paradigma, cuja força motriz são as ideias e não mais apenas a força de trabalho. Carreiras clássicas, como direito, engenharia e medicina, escolhidas por serem sinônimos de segurança e sucesso profissional, são agora superadas pelo reconhecimento do talento individual que agrega a criatividade e, consequentemente, a inovação. “Espero que o tema repercuta de forma transformadora nos jovens e que seja capaz de abrir os horizontes profissionais a ponto de perceber que a chave para a felicidade profissional (e emocional) é se valorizar: é estimular e enaltecer as características internas a ponto de fazê-las transbordarem no exercício da profissão escolhida”, disse o idealizador do projeto e palestrante, Saulo Wilson de Sá Roriz.

O ciclo de palestras prevê 12 encontros, com duração de duas horas cada, abrangendo todos os alunos do ensino médio do colégio. As palestras serão divididas da seguinte forma: duas no período matutino (07:30–09:30 e 10:00–12:00) e uma no vespertino (15:30–17:30).

Para Roriz, o conceito e abrangência da economia criativa ainda não são difundidos. A grande questão é que se trata de um tema atual, dinâmico, cujo entendimento ainda é seleto àqueles que se predispõem a pensar sobre o assunto, principalmente no que se refere ao empreendedorismo criativo. “Todavia, o foco dessas abordagens é no pensamento empreendedor e na possibilidade libertadora de sua abrangência como foco no estímulo à criatividade e a exaltação das características próprias”, esclarece.

Nas palestras, os estudantes poderão vislumbrar horizontes profissionais mais amplos, diretamente voltados para os novos negócios baseados na criatividade, com ênfase na cadeia produtiva da música. Indiretamente, eles terão o estímulo para a definição de uma carreira baseada nas características criativas de cada um. “Tenho a convicção de que o aspecto libertador do tema auxilia de forma prática e decisiva no momento crucial da vida adolescente, que é a escolha profissional”, afirma Saulo.

O ciclo de palestras ocorre no Colégio Senador Onofre Quinan pelo fato dos alunos estarem acostumados com atividades extracurriculares realizadas pela Juniors Achievement, instituto do qual o idealizador do projeto é entusiasta e voluntário.

A ideia do projeto do ciclo de palestras surgiu por meio da própria experiência de Saulo, após se formar em Direito sob forte influência de que a carreira lhe traria segurança e sucesso profissional. “Sempre me tocou muito o fato de prevalecer em nossa sociedade o senso de que só haverá satisfação profissional exercendo atividades lucrativas e já solidificadas no mercado. Todavia, me sentia (por muitos anos) infeliz e deslocado, pois, a rigidez do ideal da carreira advocatícia não coadunava com minhas vontades e anseios profissionais”, conta. Na tentativa de buscar a tal felicidade profissional, Saulo cursou pós-graduação na UERJ em Direito do Entretenimento, na busca de conciliar sua formação jurídica com a paixão e explosão criativa que sente com a música. “Nesta empreitada cursei também Música e Negócios, na PUC/RJ, que me apresentou os traços sobre economia criativa e me possibilitou enxergar a capacidade enorme da aplicação de seus conceitos na valorização das características intrínsecas do próprio indivíduo e consequentemente a quebra do paradigma social e profissional existente”, conclui o advogado.

Economia criativa no Brasil


A economia criativa é um dos setores que está crescendo mais rápido no mundo econômico, não apenas em termos de geração de renda, mas também na criação de empregos e em ganhos na exportação. No Brasil, a contribuição dos segmentos criativos foi de 2,7% do PIB em 2011, segundo estudo realizado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), em 2012.

A instituição tomou como base a massa salarial gerada por empresas da indústria criativa naquele ano. O resultado coloca o Brasil entre os maiores produtores de criatividade do mundo, superando Espanha, Itália e Holanda. No entanto, há um longo caminho a ser percorrido para que o País alcance o patamar do Reino Unido, da França e dos Estados Unidos, onde a economia criativa é bastante expressiva.

O estudo da Firjan aponta ainda que o mercado formal de trabalho do setor é composto por 810 mil profissionais, o que representa 1,7% do total de trabalhadores brasileiros. O segmento que mais emprega mão de obra é o de Arquitetura e Engenharia, com 230 mil trabalhadores, seguidos de Publicidade e Design, que emprega 100 mil profissionais cada. A cadeia da moda também aparece em destaque no estudo, tendo em vista que responde por quase 30% da cadeia da indústria criativa, com 620 mil estabelecimentos no País.

Data: de 4 a 7 de outubro

Manhã: Terça a sexta das 7h15 às 11h30

Tarde: Quinta e sexta das 13 às 15 horas / Noite: Terça e quarta das 19 às 21 horas

Local: Colégio Estadual Senador Onofre Quin

Endereço: Rua 1051 Lt38 Esq C 1032 - Parque Ateneu

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