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Albert Fish, o verdadeiro homem do saco”

Quando eu era criança vivia sendo atormentada pelas histórias que os adultos contavam sobre um tal “homem do saco”, que ficava escondido na mata, com um saco branco nas costas, esperando uma criança desavisada passar pela estrada para capturá-la, e isso me aterrorizava bastante. Com o passar dos anos percebi que essa história era mesmo só para ter um controle mental sobre nós, crianças, quando desobedecíamos, ou mesmo cogitávamos essa possibilidade. Pois bem, eu estava errada.

Albert Hamilton Fish nasceu em Washington em 1870, seu pai era cerca de 40 anos mais velho que sua mãe e logo morreu de ataque cardíaco. Albert foi enviado a um orfanato, e anos mais tarde sua mãe voltou para buscá-lo, quando conseguiu um emprego. Durante sua estadia no lar para crianças, que durou de seus cinco aos sete anos, Albert foi exposto à violência e, contrariando todas as expectativas, passou a sentir prazer quando era agredido, tendo ereções durante as surras que levava. Sua família já tinha um largo histórico de pessoas com problemas mentais, sendo que um tio de Albert fora diagnosticado com “psicose religiosa”. Aos nove anos de idade, o menino Albert Fish caiu de uma árvore e lesionou gravemente a cabeça. O acidente foi responsável por acelerar os processos de degradação psicológica dele, além de fazê-lo sofrer durante longo tempo com enxaqueca.

Aos doze anos, Albert engatou um relacionamento homossexual com um homem mais velho, que o incentivava a ingerir bebidas alcoólicas e a praticar a coprofagia (ingestão de fezes). Quando ele completou 19 anos, sua mãe lhe arranjou casamento com uma menina de apenas dez anos, com quem ele teve seis filhos, até que ela o abandonasse para viver com outro homem. Durante esse período, relatos dos filhos do casal afirmam que o pai lhes obrigava a agredi-lo com um remo, cujas extremidades eram repletas de pregos, e que só parassem quando o sangue lhe escorresse entre as pernas. Nesta mesma época, já demonstrando profundo apreço pelo masoquismo, Albert introduzia em si mesmo agulhas. Sendo que à medida que fazia uso dessa prática, mais fundo ele se encorajava a introduzi-las. Um raio X feito décadas depois encontrou cerca de 27 agulhas introduzidas em seu corpo na região pélvica. Outra prática masoquista de Albert era a de embeber bolas de algodão em álcool, incendiá-las e queimar a região anal.

Sequestros e pedofilia

Albert Fish fora condenado pelo assassinato de Grace Budd, além de confessar outras três mortes, e ser suspeito de pelo menos cinco. Suas vítimas preferidas eram crianças menores de seis anos, meninos negros ou com problemas mentais, porque, segundo ele, não seriam procuradas. Como era pintor, Fish passou a viajar pelos Estados Unidos pintando casas de família, o que facilitava muito que ele encontrasse suas vítimas e pudesse praticar seus abusos. Em 1927 duas crianças desaparecem, sendo que apenas uma fora encontrada, no telhado de um prédio. A outra, Billy Gaffney, nunca teve seu corpo localizado. Quando Albert já estava na cadeia, a mãe de Billy foi ao seu encontro para saber o que realmente havia acontecido com seu filho. O velhinho, de olhar simpático e sofrido, contou em detalhes o que fez contra Billy, e onde desovara o corpo do garoto.

Canibalismo

Um homem que se identificara como Frank Howard, um agricultor de uma região do Estado de Nova York, chegou à humilde casa da família Budd, a fim de contratar Edward Budd, de dezoito anos, que havia anunciado seus serviços num jornal local. Durante a visita, Frank conheceu Grace Budd, de dez anos, irmã mais nova de Edward. O agricultor convenceu a família Budd a deixar a pequena Grace seguir com ele para uma festa de aniversário que ocorreria numa propriedade próxima. A família consentiu e a garotinha nunca mais foi vista. Charles Edward Pope fora preso e julgado pelo rapto.

Sete anos se passaram até que a Sra. Budd, mãe de Grace, recebera uma carta, endereçada a ela. Como era analfabeta, um de seus filhos leu para ela. Era o retrado do horror. Albert Fish, que havia se passado por Frank Howard, contava em detalhes minuciosos como fora apresentado ao canibalismo, que havia ido à casa dos Budd para levar Edward, mas ao conhecer Grace mudara de vítima. Descreveu para aquela pobre mãe como distraiu a criança durante o “passeio”, e como havia se alimentado da mesma, dizendo que levou cerca de nove dias para consumir todo o corpo da criança.

Albert Fish fora condenado à cadeira elétrica, em 1936. Ele é suspeito de ter abusado sexualmente de mais de 100 crianças em 23 Estados americanos.

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